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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Jogador profissional deixa carreira internacional para seguir carreira cristã





“Eu prefiro obedecer a Deus”. Esta foi a decisão do jovem adventista Vicente Thomaz, jogador profissional de futebol de 23 anos, quando abriu mão da carreira internacional promissora no clube de Al-Tadhamo, no Kuwait. Ele enfrentou a diretoria do clube e todas as expectativas investidas da família para se manter fiel sem jogar e treinar nas horas sagradas do sábado, dia no qual guarda desde seu batismo, em 2010, na igreja central de Boa Vista.
Para o atleta, que passou por outros clubes profissionais da região e do Brasil, a oportunidade de jogar no exterior surgiu como realização de seu maior sonho pessoal, além da alta proposta financeira que mudaria para sempre a condição familiar. “No momento eu entendia que Deus estivesse permitindo que jogasse fora para ser feliz no que mais gosto de fazer, mesmo ciente das provações espirituais que enfrentaria diante de um país mulçumano e na função de jogador”, declara.

Durante as duas primeiras semanas no novo clube internacional, também em 2010, tudo parecia um sonho realizado, porém, os treinos começaram a cair no sábado. Vicente faltou e logo foi chamado pela direção do clube no Kuwait para explicar os motivos da ausência. “Eu não hesitei em falar para o diretor geral da guarda do sábado e disse que minhas convicções cristãs prevaleciam os meus sonhos profissionais”, testemunha.

Princípios invioláveis

O jovem teve que então escolher: seguir as regras do clube ou seguir a vontade de Deus. “Eu jamais negaria minha fé, mesmo contra as minhas vontades, sonhos e a pressão de amigos e familiares”, afirma. Assim, contrariou sozinho os colegas do clube, que lhe consideraram fanático. Curiosos tentaram convencê-lo de que tal atitude “aparentemente” precipitada.

“Neste momento de decisão, fui muito questionado pelos colegas jogadores, inclusive pelos mulçumanos. Mas lá, eu testemunhei falando da Bíblia, de Jesus e no que realmente acredito, e muitos compreenderam, admirados, a minha escolha”,  relata agradecido a Deus pela oportunidade única que teve de testemunhar em um país fechado para o cristianismo.

A aceitação dos seus pais foi outra “jogada” difícil de enfrentar sozinho ao retornar para casa após a dispensa. Sendo tão jovem e o único adventista em casa, ele até entendia as razões do pai em não apoiar a sua escolha. “Desde criança eu fui preparado para a realização deste sonho. Meus pais investiram tudo em mim e parte da família dependia desse sonho financeiramente”, pontua.

No entanto, Vicente acredita que Deus lhe usou mais uma vez  como um jogador de Cristo. “Se tivesse de enfrentar novamente a mesma provação, eu faria a mesma escolha, porque obedecer a Deus é fazer a Sua vontade e isto torna o melhor sonho da minha vida”, garante.  Hoje seus pais e amigos admiram sua decisão e apoiam seus planos. Os clubes, inclusive, respeitam sua religião.

Fidelidade

Thomaz durante seu batismo. Seu testemunho estende-se dentro e fora dos gramados
Atualmente, ele participa de competições municipais de times amadores de Boa Vista (RR) e joga pelo Motoclube. O técnico Zenóbio Filho precisou montar uma escala para não deixá-lo de fora dos jogos.

Thomaz é zagueiro e começou a jogar profissionalmente aos 17 anos. No ano de 2008, atuou nos times Bom Sucesso e Boa Vista, no Rio de Janeiro. No ano de 2010, passou um ano no Qatar, Al-Markhiya. Também jogou no São Raimundo, Roraima, Baré, Real e Náutico, todos no Estado de Roraima. Hoje ele cursa Educação Física no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR) e seu maior desafio é manter-se firme no time de Deus.

A fidelidade do jogador também foi percebida por veículos de comunicação, que noticiaram suas decisões. Veja, no link a seguir, a reportagem do Globo Esporte: 


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