“Eu prefiro obedecer a
Deus”. Esta foi a decisão do jovem adventista Vicente Thomaz, jogador
profissional de futebol de 23 anos, quando abriu mão da carreira internacional
promissora no clube de Al-Tadhamo, no Kuwait. Ele enfrentou a diretoria do
clube e todas as expectativas investidas da família para se manter fiel sem
jogar e treinar nas horas sagradas do sábado, dia no qual guarda desde seu
batismo, em 2010, na igreja central de Boa Vista.
Para o atleta, que passou
por outros clubes profissionais da região e do Brasil, a oportunidade de jogar
no exterior surgiu como realização de seu maior sonho pessoal, além da alta
proposta financeira que mudaria para sempre a condição familiar. “No momento eu
entendia que Deus estivesse permitindo que jogasse fora para ser feliz no que
mais gosto de fazer, mesmo ciente das provações espirituais que enfrentaria
diante de um país mulçumano e na função de jogador”, declara.
Durante as duas primeiras
semanas no novo clube internacional, também em 2010, tudo parecia um sonho
realizado, porém, os treinos começaram a cair no sábado. Vicente faltou e logo
foi chamado pela direção do clube no Kuwait para explicar os motivos da
ausência. “Eu não hesitei em falar para o diretor geral da guarda do sábado e
disse que minhas convicções cristãs prevaleciam os meus sonhos profissionais”,
testemunha.
Princípios invioláveis
O jovem teve que então
escolher: seguir as regras do clube ou seguir a vontade de Deus. “Eu jamais
negaria minha fé, mesmo contra as minhas vontades, sonhos e a pressão de amigos
e familiares”, afirma. Assim, contrariou sozinho os colegas do clube, que lhe
consideraram fanático. Curiosos tentaram convencê-lo de que tal atitude
“aparentemente” precipitada.
“Neste momento de decisão,
fui muito questionado pelos colegas jogadores, inclusive pelos mulçumanos. Mas
lá, eu testemunhei falando da Bíblia, de Jesus e no que realmente acredito, e
muitos compreenderam, admirados, a minha escolha”, relata agradecido a Deus pela oportunidade
única que teve de testemunhar em um país fechado para o cristianismo.
A aceitação dos seus pais
foi outra “jogada” difícil de enfrentar sozinho ao retornar para casa após a
dispensa. Sendo tão jovem e o único adventista em casa, ele até entendia as
razões do pai em não apoiar a sua escolha. “Desde criança eu fui preparado para
a realização deste sonho. Meus pais investiram tudo em mim e parte da família
dependia desse sonho financeiramente”, pontua.
No entanto, Vicente
acredita que Deus lhe usou mais uma vez
como um jogador de Cristo. “Se tivesse de enfrentar novamente a mesma
provação, eu faria a mesma escolha, porque obedecer a Deus é fazer a Sua
vontade e isto torna o melhor sonho da minha vida”, garante. Hoje seus pais e amigos admiram sua decisão e
apoiam seus planos. Os clubes, inclusive, respeitam sua religião.
Fidelidade
Thomaz durante seu batismo.
Seu testemunho estende-se dentro e fora dos gramados
Atualmente, ele participa
de competições municipais de times amadores de Boa Vista (RR) e joga pelo
Motoclube. O técnico Zenóbio Filho precisou montar uma escala para não deixá-lo
de fora dos jogos.
Thomaz é zagueiro e começou
a jogar profissionalmente aos 17 anos. No ano de 2008, atuou nos times Bom
Sucesso e Boa Vista, no Rio de Janeiro. No ano de 2010, passou um ano no Qatar,
Al-Markhiya. Também jogou no São Raimundo, Roraima, Baré, Real e Náutico, todos
no Estado de Roraima. Hoje ele cursa Educação Física no Instituto Federal de
Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR) e seu maior desafio é manter-se firme no
time de Deus.
A fidelidade do jogador
também foi percebida por veículos de comunicação, que noticiaram suas decisões.
Veja, no link a seguir, a reportagem do Globo Esporte:
Fonte: Portal Adventista
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