O falecimento do bispo Tony Palmer, uma figura muito influente nas recentes
aproximações entre o mundo protestante e a Igreja Católica, na noite deste
passado domingo, apanhou todos de surpresa.
Aqueles mais atentos aos últimos desenvolvimentos de âmbito profético, estão
já na expetativa acerca de como se desenvolverão a partir de agora todos os
esforços de união entre os cristãos, que Palmer tinha promovido, ou até mesmo
saber como reagirá o Papa Francisco, seu amigo pessoal. Por mim, ainda estou a
olhar um pouquinho para trás…
Nos últimos tempos, tinha mantido algum contacto com o bispo Tony Palmer.
Pareceu-me alguém simpático, afável, cordial, sempre disponível para uma
resposta.
Curiosamente, a última comunicação que mantive com ele foi justamente no Sábado
à noite, dia anterior ao acidente que sofreu e que acabaria por lhe provocar a
morte. Sendo que o acidente se deu na manhã de domingo, talvez eu tenha sido
das últimas pessoas com quem ele contactou… Por isso, fui recuperar as últimas
palavras que trocamos.
A pergunta que lhe fiz foi no sentido de saber qual a posição dele perante a
visão profética dos Adventistas do Sétimo Dia que vêm os esforços de união
entre as diferentes igrejas cristãs como o cumprimento da profecia bíblica,
nomeadamente: uma grande apostasia dos protestantes que se rendem ao poder
papal; o isolamento dos Adventistas do Sétimo Dia, guardadores do Sábado, que
seriam perseguidos pela sua fé.
A resposta do bispo foi: “Tudo o que eu sei, Irmão, é que o Espírito Santo
derramou o amor de Deus nos nossos corações (Romanos 5:5) e encontramos a nossa
Irmandade perdida. É uma ação do Espírito, não do homem. É uma ação de profundo
amor Cristão e um profundo desejo de ser um para que o Mundo creia. Mais do que
tudo é a resposta à oração de Jesus (João 17:21). Nenhum de nós está
conscientemente a tentar enganar alguém.”
A minha pergunta seguinte, acerca do que ele achava que poderia acontecer
aos que não aceitarem essa união – enviada no domingo de manhã –, acabou por já
não ser lida… Na tarde de domingo soube do acidente, pela manhã de
segunda-feira do falecimento.
Contudo, uma frase mais antiga de Tony Palmer ficará para sempre registada:
“O protesto acabou!”. Infelizmente, quem acabou foi o próprio Palmer – o
protesto, esse seguirá com cada vez mais força até ao fim!
Tiramos daqui algo evidente e indiscutível: os homens passam; os desígnios
de Deus permanecem, nada os pode alterar!
Quanto a mim, sempre que me lembrar do bispo Tony Palmer, que agora repousa
no sono da morte, ficarei a pensar se em vez de lhe fazer perguntas não deveria
ter logo passado um testemunho direto da nossa mensagem Adventista. Ao refletir
nisso, chego à conclusão que sim…