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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Fuja da Confusão


Desde crianças somos ensinados por historinhas infantis e contos a ter vigilância epistêmica, um termo que significa vigiar se o que está sendo dito é realmente verdade. É uma pena que somos muito vigilantes para certas coisas e não temos qualquer vigilância para outros. É o caso do vídeo abaixo. Ele tem sido espalhado pelas redes sociais e smartphones com um conteúdo alarmista e mentiroso. Graças ao Whatsapp, por onde o vídeo começou a ser divulgado, não é possível qualquer rastreio de quem foi o primeiro a disponibilizar o tal vídeo. O sistema do Whatsapp opera sem uma central de interação de dados, um sistema parecido com o “peer-to-peer” (par-a-par ou p2p) que popularizou arquivos distribuídos pela internet que não são rastreáveis até o autor. Não saberemos ao certo quem foi que com tão “má fé” criou legendas falsas para um discurso do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, às Nações Unidas sobre paz.




Sim, o tema tratado no discurso é a busca da paz e resolução dos atuais conflitos.

O que o presidente norte-americano realmente disse foi:

“Sr. Presidente, sr secretário geral, (..) delegados, senhoras e senhores.
É uma grande honra pra mim estar aqui hoje. Eu gostaria de falar com vocês sobre um assunto que é o coração das Nações Unidas.
O (..) da paz em um mundo imperfeito.
Um conflito tem estado conosco desde o começo das civilizações, mas na primeira parte do século XXI os avanços das (armas modernas elevaram a morte a uma nova escala).
Foi esta matança que (..) os fundadores deste corpo a construir uma instituição que fosse focada não apenas no fim de uma guerra, mas (..) em outras.
A união dos estados (..) que buscam (..) conflitos estão também aderindo as suas causas.
Nenhum americano entendia melhor esse assunto do que o presidente Franklin Roosevelt, ele sabia que uma vitória na guerra não era suficiente. Assim como ele disse em uma das primeiras reuniões da fundação das nações unidas: “nós temos que fazer não meramente a paz, mas uma paz que vá durar.”
Os homens e mulheres que construíram essa instituição, entenderam que a paz é mais do que a ausência de guerra. Uma paz que dure, permanece e (..) , depende de um senso de justiça e oportunidade, de dignidade, e liberdade.
Isto depende de (força) e sacrifício e (comprometimento com a humanidade).
Uma delegada da conferencia de São Francisco, que participou da criação das nações unidas falou bem: “muitas pessoas – ela disse – tem falado como se tudo o que é preciso para ter paz é dizer em voz alta que amamos a paz e odiamos a guerra.”
Agora aprendemos que não importa o quanto amamos a paz e odiamos a guerra, não podemos evitar a guerra sobre nós se há (conflitos) em outras partes do mundo.
Com nossas esperanças e não com nossos medos, juntos podemos fazer a paz, mas uma paz, mais importante, que irá durar!
Muito obrigado”.
Tradução: Pr. Cláudio Leal

O vídeo é verdadeiro e legítimo, o que não pode ser dito de suas legendas. Estas foram completamente alteradas e falsificadas. Muitos que tem o conhecimento da língua inglesa prontamente detectaram o absurdo da falsificação. Outros, entretanto, pelo desconhecimento do idioma ficaram reféns de duas coisas. Das falsas legendas e de suas convicções de fé.

Este artigo tem o objetivo primário de alertar contra essa mentira e desmascarar o vídeo acima. Mas também pretende aproveitar a ocasião e tirar 3 lições do acontecido.

1 – Não acredite em tudo que encontra na Internet – Sempre confira as fontes, origens e busque a opinião de outras pessoas, de preferência com mente questionadora, a possibilidade de tais fatos serem reais. Uma dica preciosa, no caso de vídeos e fotos, é possível entrar no “Google Imagens” e fazer uma busca pela foto ou printscreen do vídeo, para encontrar a notícia original sobre o tema. (Veja foto ilustrativa).

Outra dica é conferir sempre o site e-farsas.com para verificar se uma história é real. Em se tratando de temas religiosos é possível que eles não tenham a resposta, mas para os outros boatos estão sempre atentos.

2 – Tenha vigilância epistêmica – Paulo nos ensina um principio muito importante dessa vigilância ao citar os Bereanos. Em Atos 17:11 ele fala o seguinte deles: “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”. Ele chama os Bereanos de “mais nobres” porque conferiam se o que próprio Paulo dizia era verdade e estava nas escrituras. Por isso, não sejamos apenas prudentes com a internet, mas em tudo sejamos conferidores da verdade e estudiosos. Isso fará de nós mais do que um povo alarmista, um povo nobre. Esse é um principio bíblico formidável para nossa vida.

3 – Não confie em suas convicções pessoais, mas na Palavra de Deus – Infelizmente nos últimos anos com o aumento da capacidade comunicativa do ser humano uma enxurrada de informações falsas e teorias conspiratórias tem invadido nossas casas. Desde as mais absurdas teorias e estórias, e muitas delas apoiadas por uma cultura do Apocalipse que não condiz com o jeito bíblico de entender as profecias. Gostaria de aproveitar e dar algumas dicas rápidas para percebermos que precisamos estudar muito mais esses temas em vez de apenas repetir o que aprendemos a anos atrás da boca de outros, sem usar o principio dos Bereanos.

Por exemplo, as profecias bíblicas não devem ser vistas como uma fotografia do futuro. Toda vez que achamos que, por causa da compreensão profética, estamos “adivinhando” o futuro ou prevendo quando e como as coisas vão acontecer, violamos o princípio bíblico. As profecias não foram feitas para que o seu “como” e “quando” fossem compreendidos antes dos acontecimentos, mas depois dos acontecimentos. Elas não servem para prever o futuro, mas para mostrar que Deus é quem está no comando e a frente da história. Por isso elas sempre são compreendidas completamente DEPOIS que acontecem, olhem para a Bíblia e para nossa história e vejam que sempre foi assim.

No entanto, embora as profecias não nos mostrem “como” e “quando” em detalhes, elas nos dizem “o quê” está para acontecer. Dando um exemplo rápido, sabia-se muito antes de nascer que o Messias nasceria em Belém, isso é o “o quê”. Sabia-se que Ele salvaria o mundo. Mas não se sabia nem “quando” e nem “como”, mesmo havendo uma profecia de dias (Daniel 9) falando da data de sua morte e batismo. Só fomos entender isso depois que aconteceu. O “o quê” já é mais do que suficiente para sabermos, já nos dá o que precisamos para nos preparar. O “como” e o “quando” é pura curiosidade, irrelevante, e só serve para nos confundir antes da hora. Os fariseus, por exemplo, sabiam de muitas das profecias sobre o Messias, mas tinham imaginado tanto “como” seria, que “quando” aconteceu não perceberam “o que” era.


Então fica a grande dica, não tente preencher as lacunas da profecia com fatos, matérias de jornais, vídeos do Youtube ou conspirações. Procure na Palavra, pois tudo o que você precisa estará lá.

Fonte: Site DSA

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