Desde crianças somos ensinados por
historinhas infantis e contos a ter vigilância epistêmica, um termo que
significa vigiar se o que está sendo dito é realmente verdade. É uma pena que
somos muito vigilantes para certas coisas e não temos qualquer vigilância para
outros. É o caso do vídeo abaixo. Ele tem sido espalhado pelas redes sociais e
smartphones com um conteúdo alarmista e mentiroso. Graças ao Whatsapp, por onde
o vídeo começou a ser divulgado, não é possível qualquer rastreio de quem foi o
primeiro a disponibilizar o tal vídeo. O sistema do Whatsapp opera sem uma
central de interação de dados, um sistema parecido com o “peer-to-peer”
(par-a-par ou p2p) que popularizou arquivos distribuídos pela internet que não
são rastreáveis até o autor. Não saberemos ao certo quem foi que com tão “má
fé” criou legendas falsas para um discurso do Presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, às Nações Unidas sobre paz.
Sim, o tema tratado no discurso é a busca da paz e resolução
dos atuais conflitos.
O que o presidente norte-americano realmente disse foi:
“Sr. Presidente, sr secretário geral, (..) delegados,
senhoras e senhores.
É uma grande honra pra mim estar aqui hoje. Eu gostaria de
falar com vocês sobre um assunto que é o coração das Nações Unidas.
O (..) da paz em um mundo imperfeito.
Um conflito tem estado conosco desde o começo das
civilizações, mas na primeira parte do século XXI os avanços das (armas
modernas elevaram a morte a uma nova escala).
Foi esta matança que (..) os fundadores deste corpo a
construir uma instituição que fosse focada não apenas no fim de uma guerra, mas
(..) em outras.
A união dos estados (..) que buscam (..) conflitos estão
também aderindo as suas causas.
Nenhum americano entendia melhor esse assunto do que o
presidente Franklin Roosevelt, ele sabia que uma vitória na guerra não era
suficiente. Assim como ele disse em uma das primeiras reuniões da fundação das
nações unidas: “nós temos que fazer não meramente a paz, mas uma paz que vá
durar.”
Os homens e mulheres que construíram essa instituição,
entenderam que a paz é mais do que a ausência de guerra. Uma paz que dure,
permanece e (..) , depende de um senso de justiça e oportunidade, de dignidade,
e liberdade.
Isto depende de (força) e sacrifício e (comprometimento com
a humanidade).
Uma delegada da conferencia de São Francisco, que participou
da criação das nações unidas falou bem: “muitas pessoas – ela disse – tem
falado como se tudo o que é preciso para ter paz é dizer em voz alta que amamos
a paz e odiamos a guerra.”
Agora aprendemos que não importa o quanto amamos a paz e
odiamos a guerra, não podemos evitar a guerra sobre nós se há (conflitos) em
outras partes do mundo.
Com nossas esperanças e não com nossos medos, juntos podemos
fazer a paz, mas uma paz, mais importante, que irá durar!
Muito obrigado”.
Tradução: Pr. Cláudio Leal
O vídeo é verdadeiro e legítimo, o que não pode ser dito de
suas legendas. Estas foram completamente alteradas e falsificadas. Muitos que
tem o conhecimento da língua inglesa prontamente detectaram o absurdo da
falsificação. Outros, entretanto, pelo desconhecimento do idioma ficaram reféns
de duas coisas. Das falsas legendas e de suas convicções de fé.
Este artigo tem o objetivo primário de alertar contra essa
mentira e desmascarar o vídeo acima. Mas também pretende aproveitar a ocasião e
tirar 3 lições do acontecido.
1 – Não acredite em tudo que encontra na Internet – Sempre
confira as fontes, origens e busque a opinião de outras pessoas, de preferência
com mente questionadora, a possibilidade de tais fatos serem reais. Uma dica
preciosa, no caso de vídeos e fotos, é possível entrar no “Google Imagens” e
fazer uma busca pela foto ou printscreen do vídeo, para encontrar a notícia original
sobre o tema. (Veja foto ilustrativa).
Outra dica é conferir sempre o site e-farsas.com para
verificar se uma história é real. Em se tratando de temas religiosos é possível
que eles não tenham a resposta, mas para os outros boatos estão sempre atentos.
2 – Tenha vigilância epistêmica – Paulo nos ensina um
principio muito importante dessa vigilância ao citar os Bereanos. Em Atos 17:11
ele fala o seguinte deles: “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam
em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia
nas Escrituras se estas coisas eram assim”. Ele chama os Bereanos de “mais
nobres” porque conferiam se o que próprio Paulo dizia era verdade e estava nas escrituras.
Por isso, não sejamos apenas prudentes com a internet, mas em tudo sejamos
conferidores da verdade e estudiosos. Isso fará de nós mais do que um povo
alarmista, um povo nobre. Esse é um principio bíblico formidável para nossa
vida.
3 – Não confie em suas convicções pessoais, mas na Palavra
de Deus – Infelizmente nos últimos anos com o aumento da capacidade
comunicativa do ser humano uma enxurrada de informações falsas e teorias
conspiratórias tem invadido nossas casas. Desde as mais absurdas teorias e
estórias, e muitas delas apoiadas por uma cultura do Apocalipse que não condiz
com o jeito bíblico de entender as profecias. Gostaria de aproveitar e dar
algumas dicas rápidas para percebermos que precisamos estudar muito mais esses
temas em vez de apenas repetir o que aprendemos a anos atrás da boca de outros,
sem usar o principio dos Bereanos.
Por exemplo, as profecias bíblicas não devem ser vistas como
uma fotografia do futuro. Toda vez que achamos que, por causa da compreensão
profética, estamos “adivinhando” o futuro ou prevendo quando e como as coisas
vão acontecer, violamos o princípio bíblico. As profecias não foram feitas para
que o seu “como” e “quando” fossem compreendidos antes dos acontecimentos, mas
depois dos acontecimentos. Elas não servem para prever o futuro, mas para
mostrar que Deus é quem está no comando e a frente da história. Por isso elas
sempre são compreendidas completamente DEPOIS que acontecem, olhem para a
Bíblia e para nossa história e vejam que sempre foi assim.
No entanto, embora as profecias não nos mostrem “como” e
“quando” em detalhes, elas nos dizem “o quê” está para acontecer. Dando um
exemplo rápido, sabia-se muito antes de nascer que o Messias nasceria em Belém,
isso é o “o quê”. Sabia-se que Ele salvaria o mundo. Mas não se sabia nem
“quando” e nem “como”, mesmo havendo uma profecia de dias (Daniel 9) falando da
data de sua morte e batismo. Só fomos entender isso depois que aconteceu. O “o
quê” já é mais do que suficiente para sabermos, já nos dá o que precisamos para
nos preparar. O “como” e o “quando” é pura curiosidade, irrelevante, e só serve
para nos confundir antes da hora. Os fariseus, por exemplo, sabiam de muitas
das profecias sobre o Messias, mas tinham imaginado tanto “como” seria, que
“quando” aconteceu não perceberam “o que” era.
Então fica a grande dica, não tente preencher as lacunas da
profecia com fatos, matérias de jornais, vídeos do Youtube ou conspirações.
Procure na Palavra, pois tudo o que você precisa estará lá.
Fonte: Site DSA
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