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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Congresso reúne surdos e intérpretes de 17 estados brasileiros




Entre os dias 12 e 14 de outubro, o Catre São Paulo, localizado no município de Eldorado Paulista, reuniu cerca de 200 pessoas para o 1º Congresso Adventista de Surdos e Intérpretes. Representantes de cerca de 20 estados brasileiros estiveram no programa Evangelibrando Esperança.

“Nosso objetivo é levar o evangelho aos surdos através das libras, é levar esperança a pessoas surdas que ainda não têm o conhecimento da palavra de Deus”, explica o pastor Laércio Mazaro, líder do Ministério Adventista de Surdos, MAS, para o estado de São Paulo.

O programa contou com momentos de encenações, mensagens bíblicas para crianças e adultos, palestras e até batismo. As oficinas foram ministradas por quem entende a realidade do público, como o professor Eduardo Rocha, formado em Letras – Libras e o estudante de teologia Douglas Silva que, em cerca de dois anos, será o primeiro pastor surdo do Brasil. “Apocalipse diz que o evangelho precisa ser levado a todos os povos, línguas e nações. Libras é uma língua e os surdos são um povo”, avalia Silva. “Eu tenho o sonho de pregar em sinais e alcançar os surdos”, completa.

Douglas ficou surdo por causa de um acidente escolar. Mas ele não guarda ressentimentos ou mágoas. Pelo contrário, se tivesse a opção de voltar a escutar ele preferiria continuar surdo. “Eu quero ser surdo. Eu acredito que Deus me chamou para este trabalho, para ser pastor dos surdos”, declara.

Comunicação sem fronteiras - Além da representação de cerca de 20 estados brasileiros, também participaram do evento pessoas da Argentina e da Alemanha – países que assim como o Brasil, possui suas próprias línguas de sinais. Mas as distâncias territoriais ou diferenças entre os idiomas não foram empecilhos para esta turma.

A intérprete argentina Melody Yacubowski conhece a LSA (Língua de Sinais Argentina). Mesmo sem saber Libras, veio com outros três surdos para o Congresso. Ela conta que sua intenção é desenvolver eventos semelhantes em seu país. “Lá não é comum ter intérpretes nas igrejas e por isso, quase não têm surdos adventistas”, conta. “Viemos para aprender como é feito o trabalho com os surdos aqui no Brasil, e então levar a ideia para a nossa região.”

O que é missão para alguns é aprendizado para outros. Geoffrey Zobries que ainda está conhecendo os princípios adventistas, veio da Alemanha. O que o trouxe de tão longe foi o carinho dos amigos surdos e intérpretes brasileiros. “Vim para o Brasil em julho e conheci alguns amigos que me convidaram para também estar neste evento”, esclarece. “Espero encontrar Deus na pessoa destes amigos”, explicou em DGS (Língua de Sinais Alemã), que foi interpretada para Libras e então traduzida para o português.


Acesso Teológico 
Naldo JB

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