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III Simpósio do Espírito de Profecia da Associação Bahia da IASD

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segunda-feira, 29 de julho de 2013

VII – Perfeição de Consciência na Carta aos Hebreus



De todos os escritos do Novo Testamento, a epístola aos Hebreus mais explicitamente faz da perfeição o seu tema, apontando constantemente ao Cristo glorificado como o único Mediador da graça perdoadora e poder santificador. Perfeição cristã constitui a idéia unificadora central de toda carta. Isto significa que o ministério sumo-sacerdotal de Cristo no templo celestial "pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles." (Heb. 7:25).

Desde o começo, o autor tenta provar, com base no Antigo Testamento, que o ministério de Jesus Cristo como o Rei Sacerdote Messiânico é de uma qualidade e eficácia superior ao sacerdócio levítico. Seu argumento se centraliza na mediação da perfeição: "Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico ... que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão?" (Heb. 7:11).

Ele apela repetidamente à significante promessa de Sal. 110:4 (Heb. 5:5-6; 7:17,21), que implicava a ab-rogação do sacerdócio levítico. Acentuando o fato inegável da ineficácia de muitos sacrifícios cúlticos por afirmar que estes "no tocante à consciência, sejam ineficazes para aperfeiçoar aquele que presta culto" (Heb. 9:9), o autor exalta o todo-suficiente sacrifício de Cristo, feito uma vez por todas, e Sua mediação, que pode aperfeiçoar ou purificar as consciências acusadoras dos crentes (Heb. 9:14).

O autor não queria dizer que o primeiro concerto não conhecia a realidade desta experiência expiatória no coração, mas somente que sacrifícios de animais em si não podem remover pecados (Heb. 10:1,4). Os sacrifícios do culto e sacerdotes do Antigo Testamento, como tais, nunca poderiam aperfeiçoar ou purificar o coração humano do poder contaminador do pecado.

Mas Cristo por Sua única oferta "aperfeiçoou (tem aperfeiçoado) para sempre a quantos estão sendo santificados" (Heb. 10:14). Pelo tempo verbal perfeito ("tem aperfeiçoado"), o autor deseja mostrar a eficácia sempre permanente da única oferta de Cristo de Seu corpo, única e uma vez por todas. Isto estabelece a superioridade, a mais poderosa eficácia do novo concerto (Heb. 7:22). Na base do sacrifício de Cristo, todo adorador pode obter diariamente uma consciência limpa ou perfeita, isto é, uma consciência que tem um perfeito relacionamento com Deus, sendo purificada da culpa e do poder contaminador de pecado não perdoado.

Tal reconciliação torna todos os outros sacrifícios supérfluos (Heb. 10:18), desde que a alma possa achar o repouso da graça, aproximando-se de Jesus com confiança. De Seu trono de graça é dada misericórdia e graça "para ajudar em tempo de necessidade" (Heb. 4:16) a fim de que os cristãos possam render pleno e aceitável serviço a Deus e a seus semelhantes. Contudo, a perfeição final será experimentada somente quando os santos virem o Senhor em Sua glória. Portanto, a expectação do julgamento e aparecimento de Cristo (Heb. 9:28) intensificam a ordem para perseverar no caminho da santificação. "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor." (Heb. 12:14).

Caminhando como peregrinos a uma pátria melhor, os fiéis e perfeitos não serão "duros de ouvidos" ou "tardios", mas permanecerão receptivos e atentos, crescendo continuamente em conhecimento religioso e teológico, e distinguindo o bem do mal pela vida diária (Heb. 5:11-14; 6:11,12).

Acesso Teológico
Naldo JB

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O grande Eu sou



Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade Eu vos digo: antes que Abraão existisse, Eu sou. João 8:58.

EU SOU quer dizer uma presença eterna; o passado, o presente e o futuro são a mesma coisa para Deus. Ele vê os mais remotos acontecimentos da História passada, e o longínquo futuro com tão clara visão como vemos nós as coisas que ocorrem diariamente. Não sabemos o que se acha adiante de nós, e se o soubéssemos, isso não contribuiria para nosso bem eterno. Deus nos dá uma oportunidade de exercer fé e confiança no grande EU SOU. … Diz nosso Salvador: “Abraão, vosso Pai, exultou [“suspirou”, diz a versão Trinitariana] por ver o Meu dia, e viu, e alegrou-se”. João 8:56. Mil e quinhentos anos antes de Cristo deixar Sua veste real, Sua régia coroa, e abandonar Sua posição de honra nas cortes celestes, revestir-Se da humanidade e andar como homem entre os filhos dos homens, Abraão viu o Seu dia, e alegrou-se. “Disseram-Lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinqüenta anos e viste Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em, verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, Eu sou.” João 8:57, 58.

Cristo usou aí o grande nome de Deus, dado a Moisés para exprimir a idéia da presença eterna. Êxodo 3:14. Isaías também viu Cristo, e suas palavras proféticas são cheias de significação. Diz ele: “Porque um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu; e o principado está sobre os Seus ombros; e o Seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Isaías 9:6. Falando por intermédio dele, o Senhor diz: “Eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador. … Não temas, pois, porque estou contigo. … Eu, Eu sou o Senhor, e fora de Mim não há Salvador. … Vós sois as Minhas testemunhas, diz o Senhor; Eu sou Deus. Ainda antes que houvesse dia, Eu sou; … Eu sou o Senhor, vosso Santo, o Criador de Israel, vosso Rei.” Isaías 43:3-15. Ao vir Jesus ao nosso mundo, proclamou-Se “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” João 14:6.

O Senhor precisa ser crido e servido como o grande “EU SOU”, e nós precisamos confiar nEle implicitamente.


Fonte: Ellen G. White, Para Conhecê-lo, pág. 07.

Acesso Teológico
Naldo JB

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Quando Será o fim?


Em Mateus 24:14 diz ‘E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim’. Jesus somente voltará quanto todas as pessoas de todo o mundo ouvirem a Palavra de Deus?

Em grego, o texto está assim:

kai khrucqhsetai touto to euaggelion thV basileiaV en olh th oikoumenh eiV marturion pasin toiV eqnesin kai tote hxei to teloV.

A transliteração é:

kai kêruchthêsetai touto to euaggelion tês basileias en olê tê oikoumenê eis marturion pasin tois ethnesin kai tote êxei to telos

Traduzido ao pé da letra:

E será proclamado este evangelho do reino em todo o mundo habitado para testemunho a todas as nações então virá o fim[1].

A partir disto podemos analisar.

Onde será pregado o evangelho?

En (en) todo (olê) o (tê) mundo (oikoumene). Mundo: O significado desta palavra é: “terra, i.e., o (parte do terreno) globo, especialmente, o império Romano: planeta Terra, mundo.

Para quem será pregado o evangelho?

Pasin (a todas) tois (as) ethnesin (nações) – Nações: Provavelmente de ethos, etnia, uma raça, i.e., uma tribo, especialmente estrangeira (no caso, não Judeus) um (usualmente, por implicação, pagão): Gentil, nação, povo.

Pois bem, então percebemos que uma boa tradução nos deixaria claro: “será proclamado o evangelho do reino a todo o mundo da atual globalização, para testemunho de todos os países e subdivisões étnicas, então virá o fim”.

Portanto, o verso não diz que o evangelho deverá ser explícita e esgotadamente pregado para todas as pessoas, mas sim, para todos os POVOS, como bem traduzem as versões modernas.

Note também que este não é o único sinal da volta de Cristo. Há uma série de eventos a acontecer. A soma deles é que trará o clímax para a volta de Jesus. Razão esta uma das quais levou Jesus a declarar que ninguém sabe quando será este advento.

Isto fica evidenciado pelo que aconteceu “trinta anos depois que Cristo pronunciou estas palavras. Paulo afirmou que o evangelho havia sido pregado a todo o mundo (Col. 1: 23; cf. Rom. 1: 8; 10: 18; Col. 1: 5-6; 8T  26), confirmando assim o cumprimento literal desta predição em seus dias. Todavia a declaração de Paulo era verdade somente em um sentido limitado”[2].

Outro ponto lógico que evidência a direção destas palavras como sendo a povos e não indivíduos, é o fato de que, antes que o evangelho chegue a determinada nação, tantos milhares ali morrem sem conhecê-lo.

Você pode estar se perguntando: “mas isto é justo?”. Sabemos que Deus quer salvar a todos (II Pedro 3:9) esta é a razão pela qual quer levar o evangelho a todo o mundo. Mas, neste processo, muitos morrem antes que a plenitude da verdade bíblica lhe chegue aos ouvidos. Acontece que seremos julgados, individualmente falando, apenas pela luz que tivemos oportunidade de receber (Mateus 16 27, Lucas 12 47 e 48, Eclesiastes 12:13 e 14)[3].

O que aprendemos então deste verso?

Se realmente amamos as pessoas, vamos lutar para fazê-las passar por um julgamento mais pleno, mais feliz, por terem conhecido uma luz maior, através da nossa pregação. Um homem foi soterrado acidentalmente por uma barreira que desabou e muitos estavam cavando energicamente para libertá-lo. No local estava alguém indiferente, apenas contemplando o drama, quando foi informado: “É seu irmão quem está lá embaixo”. Estas palavras operaram nele uma imediata mudança; no mesmo instante pôs-se a trabalhar febrilmente para resgatá-lo. Se realmente desejamos salvar nossos ouvintes da ira vindoura, é preciso que sintamos simpatia, compaixão e ansiedade; numa frase: paixão e amor ardente. Que Deus nos conceda tais sentimentos[4].


Se realmente amamos a Deus, se estamos com saudade dEle, vamos fazer de tudo para que Ele volte logo. A Bíblia não diz que todo o mundo será convertido, mas sim, que "este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim". Mat. 24:14. Está em nosso poder apressar a vinda do dia de Deus, levando o evangelho ao mundo. Tivesse a igreja de Cristo feito o trabalho que lhe foi apontado como o Senhor ordenara, e todo o mundo teria sido advertido antes disto, e o Senhor Jesus já teria vindo à Terra com poder e grande glória[5].


[1]http://www.bibliaonline.net/scripts/bol.cgi?livro=Mate&capitulo=24&verso=14&lingua=portugues_ra&lingua_2=concordancia&lingua_3=original&cab=1&link=bol&lang=BR.
[2]Francis Nichol, editor, CBASD, Buenos Aires: Associación Casa Editora Sudamericana, s/d, Tomo 5, sobre Mateus 24:14.
[3]Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,  s/d, 587.
[4] Martin Lloyd-Jones, Preaching and Preachers, Grand RapidsMichigan: Zondervan Publishing House, 1971, 325.
[5]Ellen G. White, O Cuidado de Deus, Meditações Matinais – 1995, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 29 de agosto, 255.

Acesso Teológico
Naldo JB

segunda-feira, 22 de julho de 2013

VI – A Perfeição do Amor na 1ª Epístola de João



O apóstolo João, no fim do primeiro século, escreveu contra as influências desmoralizantes do Gnosticismo primitivo na Igreja. Enquanto pretendiam estar na luz, no amor de Cristo, e em perfeição sem pecado, os Gnósticos cristãos defendiam ódio e licenciosidade na Igreja. João traçou as falsas reivindicações de tais crentes voltados a uma cristologia herética que separava Cristo de Sua concreta existência histórica e moral no corpo humano. Exaltando, portanto, a Cristo como o santo e justo (1João 2:1, 29; 3:3, 5, 7, 8), João retira uma poderosa conclusão: "Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus." (1João 3:9).

O apóstolo João evidentemente proclama somente um amor cristão que consome o pecado na vida dos crentes. Quando os cristãos estão realmente em Cristo, e Cristo neles, eles andarão "na luz, como Ele está na luz" (1João 1:7). "Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou."  (1João 2:4-6).

Assim, para João, perfeição é mais do que vida sem pecado; perfeição é uma comunhão moral e um relacionamento de amor dinâmico da alma com Cristo, revelando o mesmo caráter de santo amor como Cristo. Então, não haverá nenhum temor em seu coração para o Dia do Julgamento, ou vergonha quando Cristo aparecer em Sua santa glória: " Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro." (1João 4:17-19; ver também 2:28).

João enfatiza a verdade de que o amor cristão não é o fluxo natural do coração humano, mas o dom redentor de Cristo no cristão, que só pode amar desinteressadamente porque ele foi amado primeiro em um maior amor por Cristo. O perfeito amor do cristão é o conceito que João tem de perfeição em ação. Isso se origina de uma real união de amor da alma com Deus e Cristo. Portanto, aquele que é nascido de Deus não pode pecar ou odiar. João baseia a impossibilidade de pecar do crente, não no cristão como tal, mas na presença mantenedora de Cristo que, no mais alto sentido, é nascido de Deus (1Jjoão 3:9). "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca." (1João 5:18).

Contanto que a alma esteja unida com Cristo e o Espírito de Cristo habita nele, esta alma não pode pecar, diz o apóstolo em 1João 3:9. O andar do cristão regenerado na luz não implica, contudo, em alguma consciência ou sentimento de santidade. Pelo contrário, o andar na luz significa uma contínua dependência da graça mantenedora e perdoadora de Deus.

É interessante que João usou o tempo presente quando ele escreveu aos cristãos batizados: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (1João 1:9). Em outras palavras, a vida vitoriosa do cristão não é o resultado automático de alguma natureza sem pecado nele. Não há justiça inerente no cristão antes de sua glorificação final no dia de Deus. Portanto, ele pode cair em pecado de novo, como aparece na consolação de João: "Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo." (1João 2:1).

Longe de estar escrita como uma recusa para pecar ou para andar nas trevas, esta mensagem confortadora revela a consciência de que nos filhos renascidos de Deus a velha e pecaminosa natureza está operando, sempre lutando de novo pela supremacia. O conhecimento de inerentes concupiscências da carne e dos olhos (1João 2:16) conduzirá o crente a um profundo arrependimento do coração e autocondenação. Somente a confiança implícita na palavra de absolvição de um Deus que "é  maior do que o nosso coração" (1João 3:20), enquanto andando em amorável obediência a Ele, poderá tranquilizar o coração diante dEle (1João 3:19).

Quando João distingue entre pecado mortal e pecado não mortal (1João 5:16,17), ele está continuando a doutrina do pecado do velho concerto, que diferenciava distintamente entre deliberado, presunçoso pecado e pecado inconsciente, não intencional que mais tarde motivava o arrependimento (Núm. 15:27-31; Sal.19:13,14). O apóstolo deseja esclarecer finalmente, que o cristão é guardado do pecado mortal ou presunçoso porque ele está sendo livrado desse caminho de pecado pela habitação do Espírito de Cristo. O filho de Deus não está mais sob o poder dominante do mal, como o mundo ainda está (1João 5:18-19). Ele está agora vivendo em Cristo (v. 20), participando do amor de Cristo com seus companheiros crentes em uma comunhão santa e feliz (1João 1:3-4).

Acesso Teológico
Naldo JB

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Transformados na sua imagem



E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. 2 Coríntios 3:18.

Pessoas oprimidas, que se debatem com o pecado: Jesus, em Sua humanidade glorificada, ascendeu aos Céus para fazer intercessão por nós. “Porque não temos Sumo Sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas; antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça.” Hebreus 4:15-16. Devemos olhar continuamente para Jesus, o Autor e Consumador de nossa fé, pois ao contemplá-Lo seremos transformados na Sua imagem, e nosso caráter será feito semelhante ao Seu. Devemos regozijar-nos de que todo juízo foi dado ao Filho, pois em Sua humanidade Ele Se tornou familiarizado com todas as dificuldades que afligem a humanidade.

Santificar-se é tornar-se participante da natureza divina, captando o espírito e mente de Jesus, e aprendendo sempre na escola de Cristo. “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” 2 Coríntios 3:18. É impossível para qualquer um de nós realizar tal transformação em nós mesmos por meio de nossa própria capacidade ou nossos próprios esforços. É o Espírito Santo, o Consolador, o qual Jesus prometeu enviar ao mundo, que transforma nosso caráter na imagem de Cristo; e quando isto é realizado, refletimos como num espelho, a glória do Senhor. Isto é, o caráter daquele que assim contempla a Cristo é tão semelhante ao dEle, que quando alguém olha para ele vê o próprio caráter de Cristo brilhando como de um espelho. De modo imperceptível a nós mesmos, somos transformados dia a dia, de nossos caminhos e vontade nos caminhos e vontade de Cristo, no encanto de Seu caráter. Assim crescemos em Cristo, e inconscientemente refletimos Sua imagem.

Cristãos professos freqüentemente se mantêm muito próximos das baixadas. Seus olhos estão treinados para ver apenas coisas comuns, e sua mente se demora sobre as coisas que os olhos contemplam. Sua experiência religiosa é muitas vezes superficial e insatisfatória, e suas palavras levianas e fúteis. Como poderão eles refletir a imagem de Cristo? Como poderão eles irradiar os brilhantes raios do Sol da Justiça para os lugares escuros da Terra? Ser cristão é ser semelhante a Cristo.

Enoque esteve sempre sob a influência de Jesus. Ele refletia o caráter de Cristo, exibindo as mesmas qualidades em bondade, misericórdia, compaixão, simpatia, longanimidade, mansidão, humildade e amor. Sua associação diária com Cristo o transformou na imagem dAquele com quem ele esteve tão intimamente ligado.


Fonte: Ellen G. White, Refletindo a Cristo, pág. 12.

Acesso Teológico
Naldo JB

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Instrumentos Musicais na Bíblia: Adufe e Saltério







Que tipo de instrumentos eram o Adufe e o Saltério (cf. Salmo 150)?

O Saltério era um instrumento de cordas para acompanhar a voz (Sl 33.2 - 144.9). Era uma espécie de alaúde, semelhante à viola, mas de forma triangular. O número das suas cordas variava, entre seis a doze. Eram colocadas sobre uma pele muito esticada, presa ao cavalete, e tocavam-se com os dedos, como a harpa (2 Sm 6.5 - 1 Rs 10.12).


O Adufe, também traduzido como Tamborim ou Tamboril, vem do hebraico tôf (1 Cr. 13:8; Is. 5:12; Ez. 28:13; Dn. 3:5, 7, 10, 15).  Certos eruditos, especialistas em instrumentos musicais antigos, concordam  que tôf era um pequeno tambor para ser executado com as duas mãos, formado por um aro de madeira e provavelmente com dois revestimentos de couro. Batia-se nele com as mãos para produzir um som rítmico. Geralmente eram as mulheres que o usavam, para acompanhar o canto, com o fim de marcar o ritmo.


Acesso Teológico
Naldo JB

segunda-feira, 15 de julho de 2013

V – Perfeição nos Escritos Paulinos



C. A Batalha Cristã      

Paulo tinha tão próxima comunhão de coração com o Cristo vivo que ele podia testificar: "Porque para mim o viver é Cristo" (Fil. 1:21), e "Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim." (Gál. 2:20).

Com este profundo testemunho o apóstolo toca sobre a luta interna do cristão, que ele também já conhece por si mesmo (1Cor. 9:27), e que ele desenvolve mais plenamente em Gál. 5:16-24 e Rom. 7:14-25.

Primeiro de tudo, é essencial notar a voz passiva na confissão de Paulo: "Eu tenho sido crucificado com Cristo" (Gál. 2:19). Com isto, Paulo se refere ao seu batismo na morte histórica de Cristo sobre a Cruz. Legalmente, diante de Deus, diante de Sua santa Lei, o apóstolo diz: "Eu estou morto, 'já não sou eu quem vive' (Gál. 2:20)". Paulo significa por seu "eu" morto, o seu eu centralizado, o ego natural. Ele também chama isso de "o velho homem" ou "natureza" (Col. 3:9; Efé. 4:22), "a carne com suas paixões e desejos" (Gál. 5:24); ou simplesmente, "a carne" (Rom. 7:5). Paulo não diz que o seu "eu" estava inclinado à morte, ou beirando à morte, mas ele tinha sido "crucificado", o que indica um prolongado processo de morte. Embora alguém crucificado era legalmente morto e exterminado, na realidade tal pessoa poderia viver por vários dias e noites sobre a cruz, mas em sofrimentos e agonias crescentes.

Esta ilustração pode servir para esclarecer a mensagem do apóstolo em Gál. 5 e Rom. 7: Por um lado, os cristãos batizados têm que se considerar a si mesmos, pela fé em Cristo, legalmente mortos para o pecado e para a condenação da Lei de Deus (Rom. 6:11; 7:4). Por outro lado, eles descobrem que o velho "eu" está ainda vivo em realidade empírica; que as tendências herdadas e cultivadas para o mal e as práticas condenadas ainda enviam os seus desejos e impulsos ao coração purificado.

É um fato significante que nenhuma carta apostólica do Novo Testamento pressupõe uma Igreja sem pecado ou uma vida cristã sem a permanente batalha com o "eu". Todos os escritos do Novo Testamento estão plenos de exortações e admoestações morais para travarmos a luta penosa contra a carne, o mundo e os poderes das trevas.

Para os crentes batizados, contudo, não há desespero ou derrota necessários nesta batalha. Cristo habita em seus corações e lhes dá a vitória (1Cor. 15:57). Os crentes são chamados a ser "fortes no Senhor e na força do Seu poder" (Efé. 6:10). Sendo guiados por Seu Espírito, o fruto do Espírito pode ser desenvolvido: "amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio." (Gál. 5:22-23). Paulo, portanto, convoca: "Andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne... Se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei." (Gál. 5:16, 18).

"Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." (Rom. 8:12-14).

"Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade." (Efé. 4:22-24).

Tiago acrescenta a importante idéia de que várias tribulações da vida para o cristão operam como um teste de sua fé que produz firmeza e, em seu caminho de batalha, perfeição de caráter (Tia. 1:2-4; compare com Rom. 5:3-4). Estas admoestações apostólicas mostram que a vida cristã não é apenas de paz e alegria; pelo contrário, o caminho da perfeição cristã ou santificação conhece inexpressíveis profundidades de luta, tristeza e arrependimento, ao lado das alturas da alegria redentora.

Nem todos os cristãos experimentarão necessariamente a mesma intensidade da batalha espiritual, como Ellen G. White anota: "Enquanto alguns são continuamente atormentados, afligidos e em tribulação por causa de seus infelizes traços de caráter, tendo que guerrear com inimigos internos e a corrupção de sua natureza, outros não têm mesmo a metade de conflitos a travar." (Testimonies, vol. 2, p. 74).

O caminho da perfeição cristã nunca pode ser de mero sentimento de santidade ou de isenção de pecado, por causa que Deus revelará gradualmente mais e mais os defeitos de nosso caráter através de um sempre crescente entendimento e eficácia de Sua Lei espiritual, santa e perfeita. Paulo tenta comunicar esta mensagem particular no muito debatido cap. 7 de sua epistola aos Romanos, versos 14-25.

O segredo para entender esta passagem parece descansar na compreensão de que para Paulo a santa Lei de Deus, através da operação do Espírito Santo ("a lei é espiritual", v. 14), funciona especificamente para convencer o cristão, de modo crescente, de sua própria natureza pecaminosa inerente, a despeito de seus desejos e ambições santos. "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo." (Rom. 7:18). O apóstolo alcança o clímax de seu auto conhecimento religioso quando ele finalmente confessa diante de Deus tanto sua extrema falência moral quanto sua completa e exclusiva confiança na justiça de Cristo. "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor." (Rom. 7:24-25).

A consciência de ambas verdades simultaneamente na madura experiência cristã de Paulo é a mais profunda prova de que a perfeição cristã não é uma vida de extática alegria ou entusiasmo emocional, mas é também uma vida de fiel obediência e devota submissão ao nosso divino Senhor e Salvador. Lutando no poder divino com toda a armadura de Deus (Efé. 6:13-18), o cristão é chamado a destruir cada obstáculo à sua conexão viva com Deus e "levar todo pensamento cativo à obediência de Cristo" (2Cor. 10:5). O cristão não pode aceitar nenhum outro deus diante dEle. Cristo deseja reproduzir Sua própria perfeição de caráter naqueles que foram originalmente criados à Sua imagem e semelhança. "Meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós." (Gál. 4:19).

Isto pode ser atingido contudo, somente quando o cristão contempla continuamente e de todo o coração a glória transformadora de Cristo, descansando em Seu santo amor que consome todo o pecado. "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito." (2Cor. 3:18).

Esta é a dinâmica, crescente perfeição cristã que o apóstolo Paulo exalta e com santa paixão estimula a primitiva igreja e igualmente a igreja de todos os séculos. O imperativo do concerto do Antigo Testamento, para seguir a Yahweh não é anulado, mas cumprido e concretizado no verdadeiro seguir a Jesus Cristo. Conhecer a Cristo e amá-lO com toda a nossa alma e com todo o nosso coração não significa nem a renúncia a Yahweh nem a apostasia de Moisés e os profetas de Israel. Pelo contrário, somente através do Filho, "que está no seio do Pai" (João 1:18), pode o Pai ser conhecido, amado, obedecido e plenamente honrado.

Acesso Teológico
Naldo JB

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Coobreiros na criação



Disse Deus: Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança. … Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Gênesis 1:26, 27.

Depois que a Terra foi criada, com sua vida animal, o Pai e o Filho levaram a cabo Seu propósito, planejado antes da queda de Satanás, de fazer o homem à Sua própria imagem. Eles tinham operado juntos na criação da Terra e de cada ser vivente sobre ela. E agora, disse Deus a Seu Filho: “Façamos o homem à Nossa imagem.” Gênesis 1:26.

Adão e Eva saíram das mãos de Seu Criador na perfeição de toda dotação física, mental e espiritual. Deus plantou para eles um jardim e circundou-os de tudo quanto era belo e atrativo aos olhos, e o que era exigido por suas necessidades físicas.

O santo par olhava à natureza como um quadro de inexcedível beleza. A Terra marrom achava-se revestida de um tapete de vivo verdor, esmaltado por infinita variedade de flores aptas a se propagarem e se perpetuarem. Arbustos, flores e trepadeiras regalavam os sentidos com sua beleza e fragrância. As muitas variedades de árvores altaneiras achavam-se carregadas de frutos de toda espécie, e de delicioso sabor.

Adão e Eva podiam ver a sabedoria de Deus e Sua glória em toda haste de relva, e era todo arbusto e flor. A beleza natural que os rodeava, refletia qual espelho a sabedoria, excelência e amor de seu Pai celeste. E seus hinos de afeição e louvor erguiam-se doce e reverentemente ao Céu, harmonizando-se com os cânticos dos anjos excelsos, e com os felizes passarinhos a gorjearem despreocupados. Não havia doenças, decadência nem morte em parte alguma. Vida, vida em tudo em que pousava o olhar! De vida se achava impregnada a atmosfera. Havia vida em cada folha, em cada flor, em cada árvore.

Adão podia refletir que fora criado à imagem de Deus, para ser semelhante a Ele em justiça e santidade. Sua mente era susceptível a contínuo cultivo, expansão, refinamento e nobre elevação; pois Deus era o seu Mestre, e os anjos os seus companheiros.

Fonte: Ellen G. White, Para Conhecê-lo, pág. 08.

Acesso Teológico
Naldo JB


quinta-feira, 11 de julho de 2013

O "Princípio da Criação" de Apocalipse 3:14


O que significa o termo “princípio da Criação” em Apocalipse 3:14?

Neste versículo, a palavra “princípio” corresponde no original grego à palavra “arjé”. Na verificação do contexto, e na comparação do papel ativo que a segunda pessoa da divindade exerce na criação, esta palavra toma um sentido ativo, e não passivo.

            Em sentido ativo, “arjé” se refere àquele que começa uma ação. Àquele que é uma causa, um motor. Nesse entendimento, é que afirmamos que Cristo é o Criador. E este é, sem dúvida, o significado desta passagem, porque em outros versículos Cristo é descrito, repetidas vezes, desempenhando este mesmo ofício (João 1:3; Hebreus 1:2; Colossenses 1:15-16; Colossenses 4:16; etc.).

            Logo, uma melhor tradução deste versículo pode ser como a que está na versão bíblica Nova Versão Internacional, que assim descreve: “Ao anjo da igreja em Laodiceia  escreva: Estas são as palavras do Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da criação de Deus” (Apocalipse 3:14 – NVI).


            Portanto, Jesus, como o Soberano do Universo, é o Criador. Ele, que diz “faço novas todas as coisas (21:5)”, pode também refazer você em um novo ser humano, redimido por Seu sangue, para Sua hora e glória, e para que você seja feliz. Porque “se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” (2 Coríntios 5:17).


Acesso Teológico
Naldo JB

segunda-feira, 8 de julho de 2013

V – Perfeição nos Escritos Paulinos



B. O Duplo Aspecto da Justificação e Santificação    

O que o apóstolo entende pela presente perfeição dos cristãos? Estão eles perfeitos em Cristo no sentido de Justificação pela fé somente, que significa que a perfeição ou justiça de Cristo é imputada a eles?

O evangelho paulino focaliza especificamente sobre essa abençoada verdade nas seguintes passagens: "Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei." (Rom. 3:28). "Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça." (Rom. 4:4-5).

Este gracioso ato Deus, atribuindo a justiça de Cristo ou Sua perfeita obediência ao pecador arrependido, significa que Deus considera o crente justo com Ele mesmo. O cristão, portanto, tem paz com Deus em sua consciência, não mais sob condenação da santa Lei de Deus (Rom. 5:1; 8:1). O perfeito perdão de Deus por seus pecados e vida pecaminosa significa a completa absolvição de sua culpa diante do Julgamento divino por causa da obediência de Cristo. "Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos." (Rom. 5:18-19).

Portanto, Paulo desejava gloriar-se somente na Cruz do Senhor Jesus (Gál. 6:14). Para o apóstolo Paulo a justificação do ímpio, contudo, tinha não somente um aspecto legal salvador, mas também um aspecto dinâmico santificador, por causa que Cristo Se torna o Rei do crente justificado. "Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados." (Col. 1:13-14).

Justificação pela fé, portanto, implica a transferência da alma do domínio do pecado, em que ele foi nascido por meio de Adão, ao Reino da graça, cujo Rei é Jesus Cristo. O poder esmagador do pecado no mundo foi quebrado em Cristo, desde que Ele conquistou o pecado em nosso corpo humano (João 16:33; Rom. 8:3).

Através do batismo em Cristo, em Sua morte e ressurreição, o crente é legalmente incorporado em Cristo, participando em tudo o que Cristo tem adquirido em Sua vitória na Cruz e na Ressurreição (Rom. 6). Nesta base redentiva, Paulo levanta a pergunta significativa para os cristãos em Roma: "Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?" (Rom. 6:2). Explanando a profunda significação do batismo cristão como uma incorporação na própria morte de Cristo sobre a Cruz, ele afirma: "Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos." (Rom. 6:6). "Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus." (Rom. 6:11).

Este indicativo salvador clama por um imperativo santificador que o apóstolo então estimula: "Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões". "Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação." (v. 12,19).

Esta é a ética paulina da perfeição cristã! Isto pressupõe uma diária apropriação pela fé da vida e morte de Jesus Cristo como aceitas no batismo. Rom. 6 segue Rom. 3-5. A ordem apostólica é primeiro redenção, depois moralidade; primeiro justificação, então santificação; e isto como uma experiência diária. A dinâmica e total consagração da perfeição cristã, Paulo revela em seu grande apelo de Rom. 12:1-2: "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."

Em Rom. 12:1-15:13, o apóstolo desenvolve como a justiça de Deus deveria ser revelada na vida cristã como um testemunho à graça recebida. Isto parece estar em harmonia e continuidade fundamentais com o concerto da graça do Antigo Testamento, em que obediência à Lei do concerto era condicionada e motivada pela redenção do Êxodo e participação diária no serviço do santuário. O apóstolo portanto, pode apelar também às promessas de Deus no Antigo Testamento sobre dar a Israel um coração limpo e obediente (Eze. 36:25-27; 37:27), e aplicá-las diretamente à igrejas cristã, dizendo: "Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus." (2Cor. 7:1).

Paulo resume sua mensagem evangélica e seu propósito moral muito brevemente como segue: "E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou." (2Cor. 5:15; ver também 1Ped. 2:24).

Acesso Teológico
Naldo JB

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Inspirando confiança em Deus



Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. 1 João 5:4.

Que tipo de fé é a que vence o mundo? É a fé que faz de Cristo seu Salvador pessoal — a fé que, reconhecendo o seu desamparo, sua total incapacidade para salvar a si próprio, se apossa do Ajudador que é poderoso para salvar, como sua única esperança. É a fé que não fica desanimada, que ouve a voz de Cristo dizendo: “‘Tende bom ânimo; Eu venci o mundo’ (João 16:33), e Minha força divina lhe pertence.” É a fé que O ouve dizer: “Eis que estou convosco todos os dias.” Mateus 28:20.

A razão por que as igrejas são fracas, doentias e propensas a morrer, é que o inimigo tem trazido influências de natureza desanimadora a pesar sobre pessoas trêmulas. Ele tem procurado cerrar-lhes os olhos para Jesus, como o Consolador, como Aquele que reprova, que adverte, e que os exorta dizendo: “Este é o caminho, andai por ele.” Isaías 30:21. Cristo tem todo o poder no Céu e na Terra, e Ele pode fortalecer os vacilantes e encaminhar os errantes. Ele pode inspirar-lhes confiança e esperança em Deus; e confiança em Deus sempre resulta em confiança mútua.

Cada indivíduo deve compreender que Cristo é o seu Salvador pessoal; então o amor, o zelo e a firmeza serão manifestos na vida cristã. Por mais clara e convincente que seja a verdade, ela não conseguirá santificar a alma, não conseguirá fortalecê-la e encorajá-la em seus conflitos se não for mantida em contato constante com a vida. Satanás tem alcançado seu maior sucesso ao se interpor entre a pessoa e o Salvador.

Cristo jamais deve ser esquecido. Os anjos disseram a respeito dEle: “E Lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos pecados deles”. Mateus 1:21. Jesus, precioso Salvador! Certeza, solicitude, segurança e paz, se acham todas nEle. Ele dissipa todas as nossas dúvidas, o penhor de todas as nossas esperanças. Quão precioso é o pensamento de que verdadeiramente podemos tornar-nos participantes da natureza divina, e assim vencer como Cristo venceu! Jesus é a plenitude de nossas expectativas. Ele é a melodia de nossos cânticos, a sombra de uma grande rocha em terra ressecada. Ele é a água viva para a alma sedenta. É o nosso refúgio em meio à tempestade. É a nossa justiça, nossa santificação, nossa redenção. Quando Cristo Se torna nosso Salvador pessoal, exibimos os louvores dAquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.

Cristo morreu porque a lei foi transgredida, e para que o homem culpado pudesse ser salvo da penalidade de sua enorme culpa. Mas a história tem provado que é mais fácil destruir o mundo do que reformá-lo, pois os homens crucificaram o Senhor da Glória, que veio para unir a Terra com o Céu, e o homem com Deus


Fonte: Ellen G. White, Refletindo a Cristo, pág. 13.

Acesso Teológico
Naldo JB

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O Significado das Chaves do Reino dos Céus


O que significam as “chaves do reino dos Céus” mencionadas em Mateus 16:19?

“Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus” Mateus 16:19

As chaves do reino são as palavras de Cristo. Cristo mesmo disse que a chave que dá acesso ao reino é a chave do conhecimento (Lucas 11:52). As palavras de Jesus são espírito e são vida para todos os que a recebem (João 11:52); elas são as que dão vida eterna (João 6:68). A palavra de Deus é a chave da experiência do novo nascimento (I Pedro 1:23).

Assim como as palavras pronunciadas por Jesus convenceram os discípulos da divindade do seu Mestre, assim também eles, como embaixadores de Jesus, deveriam repetir Suas palavras a outros homens, a fim de reconciliá-los com Deus (2 Coríntios 5: 18-20). O poder salvador do Evangelho é o único que pode permitir a entrada dos seres humanos no reino dos céus. Cristo simplesmente confiou a Pedro, e a todos os outros discípulos, a autoridade e o poder de levar homens ao reino.

O mesmo pode dizer-se de todos os seguidores de Cristo até o fim dos tempos. A afirmação de que Cristo concedeu a Pedro maior autoridade que aos outros discípulos, ou que lhe outorgou uma autoridade diferente da que ele tinha, carece de base bíblica.

Nesta passagem, o Reino dos Céus se refere à graça divina no coração daqueles que são Seus cidadãos, aqui e agora. Ninguém pode esperar entrar no reino futuro, de glória, sem ter passado no reino presente, da graça.

Quanto ao que se ata na terra se torna atado nos céus, e o que se desata na terra se desata nos céus, é uma continuação deste outorgamento que Cristo delegou à igreja. A igreja prega o Evangelho, o indivíduo se converte, se liga ao reino dos céus. A igreja atou alguém na terra que foi atado no reino dos céus. Por um outro lado, se alguém que está ligado ao reino da graça, transferido à igreja, dele (a) se desliga, está sendo desligado no céu.

Evidentemente deve entender-se que a igreja na Terra só requererá o que o céu requer e só proibirá o que o céu proíbe. Quando os apóstolos saíram a proclamar o Evangelho, de acordo com a missão que lhe havia sido dada (Mt 28:19-20), deveriam ensinar aos conversos que guardassem “todas as coisas” que Jesus havia ensinado: “nem mais, nem menos”.

Portanto, este verso refere-se ao trabalho da igreja para com os que Cristo a ela confiou, e não a relacionamentos interpessoais.


Acesso Teológico
Naldo JB