Certa
vez, em Madri, na Espanha, um pai desejava fazer as pazes com seu filho que
havia saído de casa após uma violenta discussão. O rapaz nunca mais dera
notícias. O pai resolveu colocar um anúncio em um jornal da cidade dizendo
assim: “Paco, se você me perdoa, peço que me encontre na praça, em frente à
estação, amanhã, ao meio-dia. Assinado: Seu Pai”. No dia e horário marcados
havia cerca de 800 rapazes chamados “Paco”. Todos desejavam refazer o
relacionamento com seus pais
Um
pai querendo ter seu filho de volta e centenas de filhos desejosos por
abraçarem o pai. A figura do pai é muito forte em nossa vida. É bom demais
quando temos um pai amoroso, interessado e presente. Por outro lado é triste
quando o pai é distante, ausente, desinteressado ou totalmente desconhecido.
Assisti,
recentemente, em um programa de televisão, uma matéria sobre filhos que estão à
procura de seus pais. O repórter mostrou os casos de Jeferson Guimarães, um
microempresário que há 34 anos espera a oportunidade para abraçar seu pai pela
primeira vez. E de Cristiane Gomes da Silva, uma atendente de 25 anos, que viu
sua própria história se repetir em sua família: depois que o pai de sua segunda
filha não quis reconhecer a paternidade da criança.
Isso
reflete a nossa necessidade de “pertencer”. Pai é sinônimo de raiz, história,
vínculo. Estamos perto do dia dos pais e quero aproveitar o gancho do assunto
para destacar uma de nossas maiores necessidades como seres humanos: “ser parte
de”, “ter” uma história. O vazio de não “pertencer” legitimamente acompanha
milhares de pessoas.
E
é nessa busca por “pertencer” que, falando agora no aspecto religioso, milhões
e milhões de pessoas estão em busca da verdade, estão tentando encontrar a Deus
batendo em diversas portas. E há espertinhos por aí se aproveitando disso. Quer
um exemplo? O número inacreditável de igrejas que nascem todos os anos no
Brasil.
Pessoas
inescrupulosas sabem que há milhões de homens e mulheres que querem pertencer a
um grupo que partilhe da mesma fé, um grupo que preencha suas necessidades
emocionais e espirituais. Com isso, essas pessoas sem caráter estão
enriquecendo, utilizando-se de ideias bíblicas equivocadas.
Esses
dias recebi um artigo que me chamou muito a atenção. O título era “Vou abrir
minha igreja e já volto”, referindo-se à facilidade com que se consegue abrir
uma igreja. O editor de Ciência da Folha de São Paulo, Cláudio Ângelo e o
repórter Rafael Garcia decidiram abrir uma igreja para mostrar como é simples
fazer isso e como isto está virando um negócio muito rentável. Como
consequência, hoje há gente simples, gente sofisticada, desconhecidos,
celebridades, gente como a gente, que na ânsia de pertencer ao povo de Deus,
bateu em porta errada.
Meu
conselho pra você que talvez esteja em busca da verdade, em busca de uma razão
para sua vida, em busca de um Pai de amor e misericórdia é: Siga o conselho
bíblico que diz “pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:16). Seja
cauteloso, criterioso, busque o máximo de informações, estude a Bíblia com
oração e seja exigente mesmo em sua avaliação quando o assunto é descobrir onde
está a verdade. E sabe por que você deve agir assim? Porque a Bíblia diz que
você “pertence a uma nação santa, é parte do povo de propriedade exclusiva de
Deus”, I Pedro 2:9.
Quando
o assunto é religião, cuidado! Há lobos escondidos em pele de cordeiro.
Por Márcia Ebinger: Nasceu na capital do Estado
de São Paulo e formou-se em jornalismo no ano de 1989. Trabalhou em três
empresas jornalísticas antes de ingressar na obra adventista. Em seus 23 anos
de profissão realizou atividades ligadas a TV, rádio, mídia impressa e web. É
casada com o contador Kision, com quem tem dois filhos, Keilise e Pedro.
Twitter: @marciaebinger
Fonte: Portal Adventista
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