A primeira é a que encontramos no
livro de Atos. A segunda, no Apocalipse.
Uma é descrita como unida, alegre, evangelizadora, atuante, altruísta,
benevolente, cheia de graça… a outra é morna, arrogante, orgulhosa,
auto-suficiente, infeliz, miserável, pobre, cega e nua.
Paulo também escreveu uma carta
para a Igreja dos Laodicences (cf. Col. 4:16). Será que foram as mesmas
palavras de João no Apocalipse?! Não sabemos… ainda!
A Igreja Primitiva não tinha tanto conhecimento teológico, doutrinário
ou mesmo “técnico” para levar avante a pregação de sua fé, mas eles tinham o principal:
o Espírito Santo impregnado em suas vidas. Isso foi o suficiente para levar o Evangelho a todo o mundo
conhecido de sua época.
Por que?
Ela valorizou mais a prática do
que a teoria religiosa.
A Igreja de Laodicéia tem um vasto conhecimento, nas mais diversas
áreas da vida cristã; tem uma estrutura mundial que lhe dá uma ampla
sustentação para o avanço da pregação; utiliza
os mais modernos meios tecnológicos para difundir o Evangelho Eterno; mas não é
descrita com as mesmas qualidades da Igreja de Atos (2:41-47; 4:31-35).
Por que?
Ela valoriza mais a teoria
religiosa do que a prática da fé.
O amor do Senhor pela Igreja de Laodicéia é o que O motiva a estender
seu período de graça. Aliás, conforme a própria Mensageira do Senhor para
estes últimos dias, “para Deus, o mais caro objeto na Terra é a Sua Igreja”
(Parábolas de Jesus, pág. 166).
Mesmo “débil e defeituosa”, Ele não a tem rejeitado, pois a ama com um
amor que nasceu na Eternidade.
Mas, ao invés de fazer com que
esta Igreja se acomode em sua “vidinha morna”, este maravilhoso amor divino
deveria impulsionar nela o deseja de mudar, de renascer, de “esquentar”.
Um dos traços que mais me chamam
a atenção na Igreja de Atos é a qualidade da comunhão que seus membros
mantinham entre si. Nas entrelinhas dos textos bíblicos podemos ver um povo
feliz, animado, vibrando por amor a Deus e a seus irmãos e irmãs. Uma
comunidade de fé que nem os maiores pensadores do Socialismo dos séc. XIX e XX
poderiam almejar. Aliás, a ÚNICA comunidade verdadeiramente Socialista na
História deste mundo foi aquela que nasceu das palavras de Jesus e da liderança
dos apóstolos. Depois dela, nenhuma outra existiu com tanta valorização do
significado de “UNIDADE” sem opressão, torturas ou morte (por parte de seus
próprios membros).
E hoje? Como é que está o
“remanescente” daquela Igreja tão amada e amante?
Há cerca de 2 anos, em uma Lição
de Escola Sabatina, por exemplo, novamente estudamos sobre a manifestação do
Espírito Santo em nossas vidas. Na ocasião, reavivamos os “conceitos” teóricos
de amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade e fidelidade. Mas, em
que isto modificou a minha ou a sua vida? Até que ponto nos tornamos mais
amorosos, alegres, pacientes, etc.? Foi apenas mais uma teoria relembrada, ou
deixamos que o Espírito Santo, o Consolador Prometido, nos tenha moldado ao
longo daqueles 3 meses?
Pregamos sobre o amor, mas não aprendemos ainda como amar…
Pregamos sobre perdão, mas não aprendemos ainda a perdoar…
Pregamos sobre fé, mas não aprendemos ainda a mantê-la nas horas de
duras provas…
Pregamos sobre salvação, mas não nos sentimos “lavados pela graça” de
Cristo…
Pregamos sobre evangelização, mas não sentimos ainda o desejo de sair
de nossos casulos para irmos em busca dos perdidos…
Lembro-me da experiência de um
jovem líder que durante mais de 13 anos
dedicou sua vida inteiramente à esta fé. Muitos jovens que hoje lideram a
Igreja, passaram por suas mãos, assistiram suas pregações, ouviram seus
conselhos, espelharam-se nele. Famílias que hoje estão formadas, surgiram
graças ao trabalho que este jovem se permitiu fazer através do Espírito Santo
em sua vida.
Mas, como ninguém é perfeito, ele
caiu… e foi obrigado a viver numa espécie de “limbo”, como ele mesmo costuma
dizer nos poucos momentos em que comenta este assunto. Mesmo com todo
conhecimento de vida cristã que ele possuía, com toda “bagagem” de conhecimento
doutrinário que adquiriu, ele permaneceu à margem da vida da Igreja por longos
4 anos. Frequentava os cultos, mas só podia ficar sentado, ouvindo.
O inimigo tentou derrubá-lo de
uma vez por todas em diversas ocasiões, e através do coração insensível de
alguns líderes, “quase” alcançou grande vitória. Infelizmente…
Lemos na Bíblia que Jesus mandou que nos perdoássemos SETENTA VEZES
SETE VEZES, e não impôs condições para isso. Dá um bonito sermão para um
sábado de manhã… mas na prática…
“Onde abundou o pecado, superabundou a graça…” (Rom. 5:20). Que texto
lindo!
Talvez seja esta a “segurança” de
Laodicéia. A graça tem sido superabundante, pois os pecados são muitos:
indiferença, egoísmo, hipocrisia, falsidade… e muitas vezes por parte dos
próprios líderes da instituição.
Não podemos evitar o PERÍODO da Igreja de Laodicéia… mas podemos, sim, não permanecer no ESTADO
dela.
Fonte: Advir (Negritos meus para Destaques)
Acesso Teológico
Naldo JB
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