Nos
parágrafos que se seguem, apresentaremos alguns textos bíblicos e do Espírito
de Profecia que costumam ser utilizados
em debates, assim como os argumentos mais utilizados para defender e para
condenar o uso da calça por mulheres. O objetivo é que você possa conhecer este
assunto de forma mais ampla, e através deste post ser incentivada a estudar o
tema por si mesma, em oração, pedindo discernimento espiritual a Deus.
Quando aparecer algo escrito
em vermelho no meio de um texto inspirado do Espírito de Profecia, o que está
em vermelho foi inserido por nós, apenas por uma questão de contextualização. A
referência (livro e página) dos textos do Espírito de Profecia, foram mantidos
da mesma forma que forma apresentada no aplicativo utilizado para a pesquisa –
o “Escritos EGW” (em língua portuguesa).
TEXTOS BÍBLICOS
“Não haverá traje de homem
na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher. Porque, qualquer que faz
isto, abominação é ao SENHOR teu Deus” (Deuteronômio 22:5)
“Que do mesmo modo as
mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou
com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, Mas (como convém a mulheres que
fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.” 1 Timóteo 2:9-10
TEXTOS DO ESPÍRITO DE
PROFECIA
Caros irmãos e irmãs:
O motivo de eu chamar-lhes
novamente a atenção para o assunto do vestuário é que alguns parecem não
compreender o que escrevi anteriormente. Alguns que não estão dispostos a crer
no que escrevi, estão fazendo esforços para confundir nossas igrejas sobre esse
importante assunto. Muitas cartas me foram enviadas relatando dificuldades, as
quais ainda não tive tempo de responder. Agora, respondendo às muitas questões,
registro as seguintes afirmações esperando esclarecer definitivamente o
problema no que se refere ao meu testemunho. – {T1 456.2}
Alguns afirmam que o que
escrevi no Testemunho Para a Igreja n 10, não concorda com as declarações
feitas em meu trabalho intitulado How to Live. Elas foram escritas a partir da
mesma visão, conseqüentemente, não são duas visões, uma contradizendo a outra,
como alguns supõem. Se houver alguma diferença, é simplesmente na forma de
expressão. No Testemunho Para a Igreja n 10, declarei o seguinte: – {T1 456.3}
“Não se deve dar aos
descrentes nenhuma ocasião de desonrar nossa fé. Somos considerados estranhos e
singulares, e não devemos adotar uma conduta que leve os descrentes a pensar
que o somos mais do que nossa fé requer que sejamos. Alguns que acreditam na
verdade podem pensar que seria mais saudável para as irmãs adotarem o traje
americano; todavia, se esse estilo de vestido prejudicar nossa influência entre
os descrentes, de maneira que não nos seja possível ter tão fácil acesso a
eles, não devemos de modo algum adotá-lo, ainda que soframos muito em
conseqüência. Mas algumas pessoas estão enganadas em pensar que há tanto
benefício nesse traje. Se bem que talvez se demonstre um benefício para algumas
pessoas, é um dano para outras. – {T1 456.4}
“Vi que a ordem de Deus foi
invertida e Suas orientações especiais menosprezadas por aqueles que adotam o
traje americano. Minha atenção foi chamada para o seguinte verso: ‘Não haverá
trajo de homem na mulher, e não vestirá o homem veste de mulher; porque
qualquer que faz isto abominação é ao Senhor, teu Deus.’ Deuteronômio 22:5.
Deus não deseja que Seu povo adote essa pretensa reforma de vestuário [do uso
do traje americano]. Trata-se de um vestuário ousado, completamente inadequado
às modestas e humildes seguidoras de Cristo. – {T1 457.1}
“Há uma crescente tendência
de as mulheres usarem vestuário e adotarem aparência mais semelhantes aos do
sexo oposto e escolherem seus trajes bem parecidos com os dos homens. Mas Deus
declara que isso é abominação. ‘Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em
traje honesto, com pudor e modéstia.’ 1 Timóteo 2:9. – {T1 457.2}
“Os que se sentem convocados
a unir-se ao movimento em prol dos direitos da mulher e da suposta reforma do
vestuário, podiam romper toda ligação com a mensagem do terceiro anjo. O
espírito que acompanha um movimento não pode estar em harmonia com outro. As
Escrituras são claras a respeito dos procedimentos e direitos de homens e
mulheres. Os espiritualistas adotaram totalmente esse singular modo de
trajar-se. Os adventistas do sétimo dia, que crêem na restauração dos dons, são
muitas vezes tidos como espiritualistas. Adotem esse tipo de vestuário e sua
influência se perderá. As pessoas os colocariam no mesmo nível dos espiritualistas,
recusando-se a ouvi-los. – {T1 457.3}
“A assim chamada reforma do
vestuário [a reforma que inseriu o traje americano] porta um espírito de
leviandade e ousadia que se ajusta perfeitamente ao vestuário adotado. Modéstia
e recato parecem desviar-se daqueles que adotam esse estilo de vestir. Foi-me
mostrado que Deus requer que tenhamos uma conduta coerente e sensata. Adotem as
irmãs o traje americano, e destruirão a própria influência e a de seus maridos.
Tornar-se-iam um provérbio e uma zombaria. Nosso Salvador diz: ‘Vós sois a luz
do mundo.’ ‘Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos Céus.’ Mateus 5:14,
16. Há uma grande obra para fazermos no mundo, e Deus não quer que adotemos uma
conduta de molde a diminuir ou destruir nossa influência para com o mundo.” –
{T1 457.4}
Esse testemunho me foi dado
como reprovação para as irmãs que se sentem inclinadas a adotar um estilo de
vestuário criado para os homens. Mas, ao mesmo tempo, foram-me mostrados os
males de um estilo comum para as vestes femininas. Para corrigi-los, foi dado
este testemunho encontrado em Testemunho Para a Igreja n 10: – {T1 458.1}
“Cremos não estar de
conformidade com a nossa fé vestir-se de acordo com o traje americano, usar
saias-balão, ou ir ao extremo de vestir compridos vestidos que varrem as
calçadas e ruas. Caso as mulheres usassem seus vestidos deixando um espaço de
uma ou duas polegadas entre a sujeira das ruas, seus vestidos seriam mais
modestos, e poderiam ser conservados limpos muito mais facilmente e durante
mais tempo. Esses vestidos estariam de conformidade com a nossa fé.” – {T1
458.2}
Eis um trecho do que eu
disse em outra parte sobre o assunto: – {T1 458.3}
“As mulheres cristãs não se
devem dar a trabalhos para se tornarem objeto de ridículo por vestir
diferentemente do mundo. Mas, se seguindo suas convicções de dever a respeito
do vestir modesta e saudavelmente, elas se acham fora da moda, não devem mudar
de vestuário a fim de ser semelhantes ao mundo; porém manifestar nobre
independência e coragem moral para ser corretas, ainda que o mundo inteiro
delas difira. Caso o mundo introduza um modo de vestir decente, conveniente e
saudável, que esteja em harmonia com a Bíblia, não muda nossa relação para com
Deus ou para com o mundo o adotar tal estilo de vestuário. As mulheres cristãs
devem seguir a Cristo e fazer seus vestidos em conformidade com a Palavra de
Deus. Devem evitar os extremos. Devem elas adotar humildemente uma conduta
reta, apegando-se ao direito por ser direito, sem se preocupar com aplausos ou
censuras. – {T1 458.4}
“As mulheres devem agasalhar
seus membros visando maior saúde e conforto. Seus pés e pernas devem estar
protegidos — assim como os dos homens. O comprimento dos trajes da moda é
objetável por diversas razões: – {T1 459.1}
1. É extravagante e
desnecessário ter o vestido tão longo, varrendo a sujeira das calçadas e ruas.
– {T1 459.2}
2. Um vestido assim longo
absorve o orvalho da grama e a lama das ruas, tornando-se assim uma falta de
asseio. – {T1 459.3}
3. Assim enlameado, o
vestido entra em contato com tornozelos sensíveis, os quais não estando
protegidos de modo conveniente, esfriam-se rapidamente arriscando a saúde e a
vida. Eis aí uma das maiores causas da produção de catarro e inchações
escrofulosas. – {T1 459.4}
4. O comprimento exagerado é
um peso adicional aos quadris e intestinos. – {T1 459.5}
5. Embaraça o andar e às
vezes atrapalha o movimento de outras pessoas. – {T1 459.6}
“Existe ainda outro estilo
de vestido adotado pela classe de supostas reformadoras do vestuário. Imitam o
máximo possível o sexo oposto. Usam bonés, calças, coletes, paletós e botas,
sendo estas últimas as partes mais destacadas no traje. Os que adotam e
defendem essa moda, levam a pretensa reforma do vestuário a extremos muito
objetáveis. Confusão é o resultado. Algumas das que adotam esse traje podem até
estar certas em seus pontos de vista gerais sobre a questão de saúde, mas
poderiam contribuir para promover maior bem, se não levassem a questão do
vestuário a tais extremos. – {T1 459.7}
“Nesse estilo de vestuário a
ordem de Deus foi radicalmente invertida e desatendidas Suas instruções
especiais. ‘Não haverá trajo de homem na mulher, e não vestirá o homem veste de
mulher; porque qualquer que faz isto abominação é ao Senhor, teu Deus.’
Deuteronômio 22:5. Deus proíbe que Seu povo adote essa moda. Não é um traje
decente, e também inadequado para mulheres modestas e humildes, que professam
ser seguidoras de Cristo. As proibições de Deus são consideradas com leviandade
por todas quantas defendem a abolição da diferença de vestuário entre homens e
mulheres. A posição extremada de algumas reformadoras do vestuário sobre esse
assunto lhes enfraquece a influência. – {T1 459.8}
“Deus determinou que
houvesse clara distinção entre trajes masculinos e femininos, e considerou o
assunto de suficiente importância para dar explícitas instruções a esse
respeito, pois se o mesmo traje for usado por ambos os sexos, causaria confusão
e grande aumento de crime. Se o apóstolo Paulo estivesse vivo e contemplasse as
mulheres que professam piedade usando esse tipo de vestuário, pronunciaria a
repreensão: ‘Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com
pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos
preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus)
com boas obras.’ 1 Timóteo 2:9, 10. A maioria dos professos cristãos,
desrespeitam totalmente os ensinos dos apóstolos, usando ouro, pérolas e
vestidos custosos. – {T1 460.1}
“O leal povo de Deus é a luz
do mundo e o sal da Terra, e devem ter sempre em mente que sua influência tem
valor. Se trocarem um vestido comprido demais por outro curto demais,
destruirão grande parte de sua influência. Os descrentes, a quem é seu dever
beneficiar e procurar conduzir ao Cordeiro de Deus, ficariam desgostosos com
isso. Muitos melhoramentos podem ser feitos no vestuário feminino com relação à
saúde, sem que sejam procedidas mudanças tão grandes que ofendam os
observadores. – {T1 460.2}
“A forma do corpo não
deveria ser comprimida, no mínimo que fosse, com espartilhos e cintas. O
vestido deve ser totalmente confortável, para que os pulmões e o coração possam
desempenhar ação saudável. O vestido deve atingir um pouco abaixo da parte alta
da bota, mas curto o suficiente para não varrer a sujeita das ruas e calçadas,
sem precisar erguê-lo com a mão. Um vestido ainda mais curto do que esse seria
apropriado, conveniente e saudável para as mulheres quando nas lides
domésticas, especialmente para as que são obrigadas a executar trabalho ao ar
livre. Com esse modelo de vestido, uma saia leve ou duas, no máximo, abotoadas
na cintura ou presas por alças, é tudo o que é necessário. Os quadris não foram
feitos para suportar grandes pesos. As saias pesadas que algumas mulheres usam,
forçam os quadris para baixo e têm sido causa de várias doenças difíceis de ser
curadas. As sofredoras parecem ignorar a razão de seus padecimentos e continuam
a violar as leis de seu ser, comprimindo a cintura e usando saias pesadas, até
que se tornam inválidas por toda a vida. Quando lhes é apontado o erro, muitas
exclamam prontamente: ‘Ora, pois, tal tipo de vestido seria fora de moda!’ E se
for assim? Eu desejaria que fôssemos antiquadas a respeito de muitas coisas. Se
tivéssemos a antiga força que caracterizou as antigas mulheres das gerações
passadas, seria bem melhor. Não falo desavisadamente quando digo que o modo
como as mulheres se vestem, junto com sua condescendência com o apetite, são a
maior causa de sua presente fraqueza e mórbida condição. Existe apenas uma
entre mil que protege seus membros como deveria. Qualquer que seja o
comprimento do vestido, as mulheres devem agasalhar os membros tão
completamente como os homens. Isso pode ser feito usando-se calças forradas,
franzidas por cordões presos ao redor dos tornozelos, ou calças largas que se
afinam na parte inferior. Devem elas ser suficientemente compridas para atingir
o nível dos calçados. As pernas e tornozelos são assim protegidos contra as
correntes de ar. Se os pé e membros forem mantidos confortáveis com agasalhos
quentes, a circulação será uniforme e o sangue se manterá puro e saudável, sem
sofrer esfriamento ou bloqueios em sua passagem natural através do sistema
circulatório. – {T1 460.3} (onde está a página 461?)
A principal dificuldade na
mente de muitos é o comprimento do vestido. Alguns insistem em que a expressão
“o cano da bota” faz referência ao alto das botas usadas pelos homens, que
alcançam quase até os joelhos. Se fosse costume das mulheres usar tais botas,
então essas pessoas não teriam responsabilidade em entender o assunto dessa
maneira. Mas as mulheres geralmente não usam tais botas. Elas, portanto, não
têm o direito de entender como pretendem o que escrevi. – {T1 462.1}
Para mostrar o que eu quis
dizer e que há harmonia em meus testemunhos sobre o assunto, apresento aqui um
trecho de meus manuscritos redigidos há cerca de dois anos: – {T1 462.2}
“Desde que foi impresso em
meu livro How to Live um artigo sobre vestuário, têm havido alguns que estão
interpretando mal a idéia que eu quis comunicar. Eles têm levado a extremos o
significado do que eu quis dizer com respeito ao comprimento do vestido, e
evidentemente acharam difícil a questão. Com seus pontos de vista distorcidos
sobre o assunto, discutiram a questão do encurtamento do vestido, até que sua
visão espiritual tornou-se tão confusa que só podem ver os homens “como árvores
que andam”. Marcos 8:24. Pensavam ter achado contradições entre meu artigo
sobre vestuário, recentemente publicado em How to Live, e o artigo sobre o
mesmo assunto editado no Testemunho Para Igreja n 10. Devo afirmar que sou a
melhor juíza das coisas que me foram apresentadas em visão, e ninguém precisa
temer que eu contradiga meu próprio testemunho, ou não tenha percebido alguma
contradição real nas visões que me foram dadas. – {T1 462.3}
“Em meu artigo sobre
vestuário em How to Live procurei apresentar um estilo saudável, conveniente,
econômico, modesto e apropriado para uso das mulheres cristãs, se assim o
escolherem. Tentei, talvez imperfeitamente, descrever tal vestido: ‘O vestido
deve ficar levemente abaixo do cano da bota, curto o suficiente para não roçar
a sujeira das calçadas e ruas, sem ser preciso levantá-lo com a mão.’ Alguns
contestam que pela expressão ‘cano da bota’, eu me referi às botas masculinas.
Mas por ‘cano da bota’ intentei dizer botas ou polainas comumente usadas pelas
mulheres. Houvesse eu imaginado que seria mal-entendida, teria escrito mais
claramente. Se as mulheres tivessem o hábito de usar botas de cano alto como os
homens, eu poderia ver desculpa suficiente para essa interpretação errônea.
Penso, porém, que o texto é bastante claro, e que ninguém precisa ficar em
dúvida. Por favor, leiam outra vez. ‘O vestido deve ficar pouco abaixo do cano
da bota.’ Agora, notem as qualificações: ‘Deve, entretanto, ser suficientemente
curto para não roçar a sujeira das calçadas e ruas, sem ser preciso levantá-lo
com a mão. Um vestido ainda mais curto do que esse seria próprio, conveniente e
saudável para as mulheres quando em suas lides domésticas, especialmente para
as que são obrigadas a executar algum trabalho ao ar livre.’ – {T1 462.4}
“Não posso encontrar
desculpa razoável para as pessoas entenderem mal e perverterem o que eu quis
dizer. Ao falar do comprimento do vestido, se eu quisesse me referir às botas
de cano alto que chegam quase até os joelhos, por que teria acrescentado
‘conquanto deva ser suficientemente curto para não roçar a sujeira das calçadas
e ruas, sem ser preciso levantá-lo com a mão’? Se quisesse referir-me a botas
de cano alto, o vestido seria logicamente curto para não roçar a sujeira da rua
sem ser erguido, e suficientemente curto para todas as atividades. Circulam
informações de que a ‘irmã White usa o traje americano’, e que esse estilo de
vestimenta é geralmente usado pelas irmãs de Battle Creek. Lembrei-me agora de
um provérbio que diz: ‘Uma mentira dá volta ao mundo enquanto a verdade põe as
botas.’ Uma irmã me disse muito seriamente que temia que o traje americano
estivesse para ser adotado pelas irmãs guardadoras do sábado, e que se essa
moda se tornasse uma imposição, ela não a aceitaria, pois jamais concordaria em
usar tal vestido. – {T1 463.1}
“Com relação ao uso de
vestido curto, gostaria de dizer que tenho apenas um, que não é senão um dedo
mais curto do que os vestidos que normalmente uso. Visto-o ocasionalmente. Eu
me levantava cedo no inverno, e pondo meu vestido curto [o vestido cujo
comprimento fica a poucas polegadas do chão], que não necessitava ser erguido
com a mão para não se arrastar na neve, fazia vigorosas caminhadas de dois a
três quilômetros antes do desjejum. Usei-o várias vezes para ir ao Escritório,
quando era obrigada a andar pela neve pouco densa, úmida e barrenta. Quatro ou
cinco irmãs da igreja de Battle Creek fizeram para si vestidos curtos para usar
quando empenhadas em lavar roupa ou na limpeza da casa. Um vestido assim nunca
é usado quando saímos pelas ruas de Battle Creek nem nas reuniões. Minhas
visões pretendiam corrigir a moda atual — os vestidos longos demais que se
arrastam pelo chão, bem como os vestidos curtos demais que chegam à altura dos
joelhos e que são usados por certos grupos. Foi-me mostrado que devemos evitar
ambos os extremos. Usando o vestido até a altura do cano da bota da mulher,
mais ou menos, evitaremos os males do vestido extremamente longo, e escaparemos
aos males e notoriedade do vestido extremamente curto. – {T1 464.1}
“Gostaria de aconselhar
aquelas que fazem para si mesmas vestidos curtos para o trabalho caseiro, a
mostrarem bom gosto e simplicidade. Que sejam vestidos de bom caimento. Mesmo
que destinados às lides domésticas, devem ser convenientes e ter talhe segundo
um modelo. Irmãs, quando trajando vestidos para o trabalho do lar, não usem
aqueles que as faria parecer um espantalho para afastar os pássaros-pretos do
milharal. É mais agradável a seus maridos e filhos, do que a visitantes e
estranhos, vê-las em traje adequado. Algumas esposas e mães parecem pensar que
não tem importância sua aparência no trabalho caseiro, quando são vistas apenas
por sua família. Mas são muito cuidadosas em se vestir com elegância para os
olhos dos outros. Não devem o amor e a estima do marido e dos filhos serem mais
prezados do que a simpatia de estranhos e amigos comuns? A felicidade do marido
e dos filhos deveria ser de mais valor para a esposa e mãe do que a de todos os
outros. As irmãs não devem, em tempo algum, usar roupas extravagantes, mas
trajar-se sempre asseada, modesta e saudavelmente, conforme seu trabalho o
permitir.” O traje aqui descrito, cremos, é digno do nome de vestido curto
reformado. Está sendo adotado no Instituto Ocidental da Reforma de Saúde, por
algumas das irmãs de Battle Creek, e também em outros lugares onde o assunto é
devidamente exposto ao povo. Em total oposição a esse sóbrio vestido, acha-se o
chamado traje americano, parecendo mais com os trajes masculinos. Consiste de
colete, calças e uma peça semelhante a um casaco, que vai até a metade da coxa.
Oponho-me a esse tipo de vestimenta, pois me foi mostrado como estando em
desacordo com a Palavra de Deus, enquanto que recomendo o outro como modesto,
confortável, conveniente e saudável. – {T1 464.2}
Outra razão pela qual chamo
novamente a atenção para o assunto do vestuário, é que uma entre vinte irmãs
que professam crer nos Testemunhos, deu o primeiro passo na reforma do
vestuário. Poderá ser dito que a irmã White usa em público vestidos mais longos
do que ela recomenda aos outros. A isso respondo: Quando visito um lugar para
falar ao povo onde o assunto é inédito e existe preconceito, penso ser melhor
tomar cuidado e não cerrar os ouvidos do povo usando um vestido que lhes
causaria desagrado. Mas depois de expor-lhes o assunto e explicar-lhes
completamente minha posição, apresento-me perante eles com o vestido reformado,
que bem ilustra meus ensinamentos. – {T1 465.1}
Quanto ao uso de saias-balão,
a reforma do vestuário está inteiramente à frente delas. Não pode adotá-las. É
na realidade muito tarde para falar sobre o uso de saias-balão, sejam grandes
ou pequenas. Minha posição a esse respeito é justamente a que sempre foi, e
espero não ser responsabilizada pelo que outros possam dizer sobre o assunto,
ou pela conduta adotada por aquelas que as usam. Faço objeções contra a
distorção que fazem de minhas conversas particulares sobre o assunto, e peço
que seja observado como minha assentada posição aquilo que escrevi e publiquei
a respeito. – {T1 465.2}
Alguns que crêem na verdade
podem pensar que seria mais saudável para as irmãs adotarem o traje americano,
contudo, se esse traje prejudicar nossa influência sobre os descrentes, de modo
que nosso acesso a eles seja impedido, não deveríamos adotá-lo de jeito algum,
ainda que sofrêssemos muito em conseqüência. Alguns, porém, se enganam ao
pensar que há muitos benefícios nesse vestuário. Embora se demonstre um
beneficio para alguns, é prejudicial a outros. Vi que a ordem divina tem sido
invertida e Suas instruções específicas desatendidas por aqueles que adotam o
traje americano. Minha atenção foi chamada para: “Não haverá trajo de homem na
mulher, e não vestirá o homem veste de mulher; porque qualquer que faz isto
abominação é ao Senhor, teu Deus.” Deuteronômio 22:5. Deus não deseja que Seu
povo adote o assim chamado vestuário da reforma. Ele é um traje imodesto,
totalmente inadequado às humildes seguidoras de Cristo. – {T1 421.1}
Cremos não estar de conformidade
com a nossa fé vestir-se de acordo com o traje americano, usar saias-balão, ou
ir ao extremo de vestir compridos vestidos que varrem as calçadas e ruas. Caso
as mulheres usassem seus vestidos deixando um espaço de uma ou duas polegadas
entre a sujeira das ruas, seus vestidos seriam mais modestos, e poderiam ser
conservados limpos muito mais facilmente e durante mais tempo. Esses vestidos
estariam de conformidade com a nossa fé. Tenho recebido diversas cartas de
irmãs perguntando minha opinião a respeito de usar saias de alça. Essas
perguntas foram respondidas em uma carta que enviei a uma irmã em Wisconsin.
Transcreverei esta carta para o benefício de outras pessoas. – {T1 424.1}
“Como um povo, não cremos
que nosso dever de sair do mundo seja estarmos fora da moda. Se temos um tipo
de vestuário de bom gosto, natural, modesto e confortável, e jovens descrentes
escolhem vestir-se como o fazemos, devemos mudar essa maneira de vestir-nos a
fim de ser diferentes do mundo? Não, não devemos ser excêntricos ou singulares
em nosso vestuário para diferir do mundo, temendo que nos desprezem por assim
fazermos. Os cristãos são a luz do mundo e o sal da Terra. Seu vestuário deve
ser simples e modesto, sua conversação pura e celestial, intocável o seu
comportamento. – {T1 424.2}
“Como nos vestiremos? Se
alguém usasse pesadas saias acolchoadas antes da introdução das saias-balão,
apenas para mostrar-se, e não para conforto, pecaria contra si mesmo
prejudicando sua saúde, a qual lhe cumpre preservar. Se alguém as usar agora
apenas para imitar as saias-balão, comete pecado; pois está procurando imitar
uma moda vergonhosa. Saias presas com alças foram usadas antes que se
introduzissem as saias-balão. Tenho usado uma saia leve de alças desde que eu
tinha catorze anos de idade, não para exibir-me, mas pelo conforto e decência.
Pelo fato de terem sido introduzidas as saias-balão não deixarei por elas a
minha saia de alças. Devo eu pô-la de lado agora porque a moda das saias-balão
é introduzida? Não; isso seria levar o assunto a extremo. – {T1 425.1}
“Cumpre-me ter sempre em
mente que devo ser um exemplo, e portanto não devo correr atrás desta ou
daquela moda, mas seguir uma conduta uniforme e independente e não ser induzida
a extremos com relação ao vestuário. Pôr de lado minha saia de alças que foi
sempre modesta e confortável, e pôr-me em uma fina saia de algodão, e dessa
maneira parecer ridícula em outro extremo, seria um erro, pois assim eu não
seria um exemplo correto, mas poria um argumento na boca das que usam saia-balão.
Para se justificarem por usar saias-balão elas poderiam apontar-me como alguém
que não as usa, e dizer que não se desonrariam daquela maneira. Ao irmos a tal
extremo, destruiríamos toda influência que de outro modo poderíamos ter
exercido, e levaríamos as que usam saias-balão a justificarem sua conduta.
Devemos vestir-nos modestamente, sem a mínima consideração para com a moda da
saia-balão. – {T1 425.2}
“Existe uma posição
intermediária nestas coisas. Oh! possamos todos encontrar sabiamente essa
posição e conservá-la! Que todos examinemos nosso coração e neste tempo solene,
arrependamo-nos dos nossos pecados e nos humilhemos diante de Deus. A obra está
entre Deus e o próprio coração. É uma obra individual, e todos têm muito o que
fazer sem ser criticar o vestuário, os atos e os motivos de seus irmãos e
irmãs. “Buscai ao Senhor, vós todos os mansos da Terra, que pondes por obra o
Seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; porventura sereis escondidos no
dia da ira do Senhor.” Sofonias 2:3. Eis nossa obra. Não é aos pecadores que se
dirige esta mensagem, mas a todos os mansos da Terra, que põem por obra o Seu
juízo, ou que guardam os Seus mandamentos. Há trabalho para todos, e se todos
obedecerem veremos uma suave união nas fileiras dos guardadores do sábado.” –
{T1 425.3}
Enquanto muitas das jovens
adotaram esse traje [o traje da reforma que estava de acordo com a vontade de
Deus], algumas se empenharam em evitar a cruz condescendendo com adornos
extras, tornando-o assim uma maldição em vez de bênção. Àquelas que o adotaram
relutantemente, por um senso de dever, tornou-se ele um jugo pesado. Outras
ainda, que eram aparentemente as reformadoras mais zelosas, manifestaram uma
triste falta de ordem e capricho em seu traje. Ele não fora feito segundo o
modelo aprovado. Algumas tinham um traje variado — vestido de um tecido, casaco
de outro e calças de outro ainda. Outras usavam saia longa demais, de modo que
apenas uma polegada da calça podia ser vista, tornando-se assim um traje
desproporcional e de mau gosto. Esses trajes grotescos e desleixados
desgostaram muito as que se agradariam com a apropriada reforma do vestuário. –
{T4 636.4}
Há ainda outra moda de
vestido que é adotado por uma classe de pessoas chamadas reformadoras do
vestuário. Imitam o sexo oposto, o mais possível. Usam casquete, calças,
colete, casaco e botas, sendo esta a peça mais sensata do traje. Os que adotam
e defendem esta moda, estão levando a chamada reforma do vestuário a extremos
muito objetáveis. Confusão será o resultado. Alguns dos que adotam este traje
podem estar corretos em seus pontos de vista gerais quanto à questão da saúde,
e poderiam ser instrumentos na realização de muito maior soma de bem se não
levassem a tais extremos a questão do vestuário. – {ME2 477.7}
Nessa moda de vestuário foi
invertida a ordem de Deus, e desrespeitadas Suas direções especiais.
Deuteronômio 22:5: “A mulher não usará roupa de homem, nem o homem veste
peculiar à mulher; porque qualquer que faz tais coisas é abominável ao Senhor
teu Deus.” Esta moda de vestuário Deus não deseja que Seu povo adote. Não é
traje modesto, e absolutamente não se adapta a mulheres modestas e humildes,
que professam ser seguidoras de Cristo. As proibições de Deus são consideradas
levianamente por todos os que advogam a remoção da diferença de vestuário entre
homens e mulheres. As posições extremas assumidas por alguns reformadores do
vestuário sobre este assunto anulam sua influência. – {ME2 477.8}
Em alguns lugares há grande
oposição ao vestido curto [leia todo o capítulo para compreender do que se
trata este vestido]. Mas quando vejo alguns modelos usados pelas irmãs, não me
espanto de que o povo esteja escandalizado, condenando o traje. Onde o vestido
é apresentado como deveria ser, todas as pessoas sinceras são constrangidas a
admitir que ele é modesto e conveniente. Tenho visto em algumas de nossas
igrejas todos os tipos de vestidos da reforma, todavia, nenhum atende à
descrição que me foi apresentada. Alguns vestidos aparecem com calças brancas
de musselina, mangas brancas, enfeites de musselina negra e uma bata sem
mangas, do mesmo tecido do vestido. Algumas têm um vestido de morim com calças
cortadas segundo seus próprios moldes e não segundo o “modelo”, sem goma ou
entretela para lhes dar forma, e bem apertado nos membros. Certamente esses
vestidos nada têm de bom gosto ou simplicidade. Eles não se recomendam a
pessoas sensíveis e de bom discernimento. Em todos os sentidos da palavra, é um
vestido deformado. – {T1 521.3}
Para aqueles que
coerentemente adotaram o vestido da reforma, apreciando suas vantagens, e
alegremente colocando-se em oposição ao orgulho e à moda, ele se provou uma
bênção. Quando apropriadamente feito, é um vestuário coerente e adequado, e
recomenda-se às pessoas mentalmente sinceras, mesmo entre aqueles que não são
de nossa fé. – {T4 635.2}
Pode ser feita a pergunta:
“Por que esse vestido foi deixado de lado? E por que razão a reforma do
vestuário deixou de ser defendida?” Em poucas palavras declararei a razão para
essa mudança. Embora muitas de nossas irmãs aceitassem essa reforma por
princípio, outras se opuseram ao estilo simples e saudável de vestuário que ela
defendia. Requeria muito esforço introduzir essa reforma entre o nosso povo.
Não foi suficiente apresentar perante nossas irmãs as vantagens de tal vestido,
e convencê-las de que obteriam a aprovação de Deus. A moda tinha tão forte
domínio sobre elas, que foram vagarosas em desligar-se de seu controle, até
mesmo de obedecer aos ditames da razão e da consciência. E muitas que
professavam aceitar a reforma não fizeram mudança em seus hábitos errôneos de
vestuário, exceto em encurtar as saias e cobrir os membros. – {T4 635.3}
Isso não foi tudo. Algumas
que adotaram a reforma não estavam contentes em mostrar pelo exemplo as
vantagens do vestuário, dando, quando indagadas, suas razões por adotá-lo, e
deixando que a questão aí parasse. Buscavam controlar a consciência de outros
por sua própria. Se o adotavam, outros deveriam adotá-lo. Esqueceram-se de que
ninguém era obrigado a usar o vestido da reforma. – {T4 636.1}
Não era meu dever impor o
assunto às minhas irmãs. Após apresentá-lo a elas, como me fora mostrado,
deixei-o a seu critério. O ato de reformar é sempre acompanhado de sacrifício.
Requer que o amor ao conforto, o interesse egoísta e a concupiscência da
ambição sejam mantidos em sujeição aos princípios do que é correto. Quem quer
que tenha a coragem de reformar encontrará obstáculos. O conservadorismo
daqueles cujos negócios ou prazer lhes colocam em contato com os defensores da
moda e que perderão sua posição social pela mudança, opor-se-á a tal pessoa. –
{T4 636.2}
Muito sentimento infeliz foi
suscitado por aqueles que estavam constantemente impondo a reforma do vestuário
sobre suas irmãs. Com os extremistas, essa reforma parecia constituir a síntese
e a substância de sua religião. Era o tema de conversação e a preocupação de
seu coração; e a mente deles era assim desviada de Deus e da verdade. Deixaram
de abrigar o espírito de Cristo e manifestaram uma grande falta de verdadeira
cortesia. Em vez de apreciar o traje por suas reais vantagens, pareciam
orgulhar-se de sua singularidade. Talvez nenhuma questão tenha jamais surgido
entre nós que ocasionasse tal desenvolvimento de caráter como a reforma do
vestuário. – {T4 636.3}
Enquanto muitas das jovens
adotaram esse traje [traje da reforma], algumas se empenharam em evitar a cruz
condescendendo com adornos extras, tornando-o assim uma maldição em vez de
bênção. Àquelas que o adotaram relutantemente, por um senso de dever, tornou-se
ele um jugo pesado. Outras ainda, que eram aparentemente as reformadoras mais
zelosas, manifestaram uma triste falta de ordem e capricho em seu traje. Ele
não fora feito segundo o modelo aprovado. Algumas tinham um traje variado —
vestido de um tecido, casaco de outro e calças de outro ainda. Outras usavam
saia longa demais, de modo que apenas uma polegada da calça podia ser vista,
tornando-se assim um traje desproporcional e de mau gosto. Esses trajes
grotescos e desleixados desgostaram muito as que se agradariam com a apropriada
reforma do vestuário. – {T4 636.4}
(alguns textos acima parecem
ser repetidos, mas foram colocados porque eram de capítulos ou livros
diferentes)
ARGUMENTOS A FAVOR DO USO DE
CALÇAS
Na época em que Moisés
escreveu o que está registrado em Deuteronômio 22:5, não existia calça
comprida. Os trajes de homens e mulheres eram bem parecidos, havendo apenas
alguns detalhes que promoviam a diferença, como a roupa íntima. O objetivo
deste texto bíblico era proibir o homossexualismo.
Na década de 60, algumas
peças de uso comum dos homens entraram para o guarda-roupa feminino, entre elas
as calças. Homens e mulheres usam várias roupas semelhantes, como camisa,
colete, chapéu, camiseta, meia, cachecol, casaco, blazer, calça… mas essas
peças possuem características em seu corte e modelagem que promovem a
diferenciação para o público feminino e masculino.
O que é condenado em
Deuteronômio 22:5 é que as mulheres utilizem roupas que são confeccionadas para
o público masculino, e que homens utilizem roupas confeccionadas para o público
feminino, em cada época e cultura.
Ellen White orienta as
mulheres a protegerem o membros inferiores da friagem utilizando calças: “Seja
qual for o comprimento do vestido, devem as mulheres vestir seus membros tão
cabalmente como os homens. Isso se pode fazer usando calças forradas,
terminadas num cadarço preso aos tornozelos, ou calças amplas, estreitando para
os pés; e estas devem ser bastante compridas para ir até aos sapatos.”
(E.White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 478)
O uso da calça comprida para
as mulheres deve seguir os mesmos princípios orientadores do uso de saias ou
vestidos. A calça deve ser decente, modesta e feminina.
Vivemos numa cultura onde o
uso de calça por mulheres não está associado à homossexualidade. Desta forma, a
distinção entre os sexos não é comprometida pelo uso desse tipo de vestimenta.
Se uma mulher não quer usar
calça, não é pecado, desde que sua saúde e decência não sejam comprometidas. No
caso da saúde, ela deve aquecer adequadamente suas pernas, e no caso da
decência, deve cuidar em não realizar atividades que exponham seu corpo
(exemplo: uma operária feminina usar saia para trocar lâmpadas de postes).
Os princípios presentes na
Bíblia e no Espírito de Profecia a respeito da roupa, dizem respeito aos
seguintes aspectos: Modéstia, Saúde e Decência. “O amor ao vestuário põe em
perigo a moral e torna a mulher o oposto da senhora cristã, caracterizada pela
modéstia e a sobriedade. A roupa aparatosa, extravagante, encoraja muitas vezes
o sensualismo no coração do que a usa, e desperta as paixões inferiores no
coração do observador. Deus vê que a ruína do caráter é freqüentemente
precedida pela condescendência com o orgulho e a vaidade no vestir. Nota Ele
que o vestuário dispendioso sufoca o desejo de fazer o bem.” (Conselhos Sobre
Saúde, p. 602) “Toda peça de roupa deve ser modesta e simples, sem adornos
desnecessários, para que assim possa haver pouco trabalho para lavá-la e
passá-la a ferro. Deve especialmente cada peça que entra em contato com a pele
ser conservada limpa e livre de qualquer odor ofensivo. Coisa alguma de caráter
irritante deve tocar o corpo das crianças, nem se deve permitir que sua roupa
os aperte de qualquer maneira. Caso se desse mais atenção a esse assunto, muito
menos impureza seria praticada. Christian Temperance and Bible Hygiene, pág.
142.” (Orientação da Criança, p. 462). Deste modo, o problema não é usar calça,
mas que calça usar. Da mesma forma como muitas saias e vestidos podem ser
inadequados, a calça pode ser uma peça modesta, decente e que não gere
prejuízos à saúde. Contudo é preciso sabedoria e discernimento para escolher a
calça certa.
Existem atividades que não
podem ser realizadas de saia, pois podem representar risco de acidente ou expor
o corpo da mulher. Mas existem situações em que a calça também não convém, como
na Igreja.
Quanto ao uso de calça na
igreja, talvez a questão seja mais relacionada ao costume que existe em nossa
Igreja, e o problema maior seja escandalizar irmãos e irmãs que não concordam
com o uso de calça na Igreja. E aqui entra um sábio conselho: “Assim que não
nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço
ou escândalo ao irmão.” Romanos 14:13. Além do mais, ao utilizarmos saias para
ir a igreja, as pessoas nos identificam como cristãs e damos nosso testemunho.
ARGUMENTOS CONTRA O USO DE
CALÇAS
Apesar das roupas atuais
serem diferentes das roupas utilizadas no tempo em que Moisés escreveu o que
está em Deuteronômio 22:5, o princípio descrito ali se aplica não apenas ao
comportamento de vestir-se com roupas confeccionadas para o sexo oposto, como
também utilizar vestuário que tenha o propósito de reduzir as semelhanças entre
os gêneros masculino e feminino.
O uso de calça comprida,
ainda que não violassem o princípio de Deuteronômio 22:5, violaria o princípio
da decência apresentado em I Timóteo 2:9-10. Isto porque as calças ditas
femininas, em geral, possuem uma modelagem que expõe a forma do corpo feminino,
especialmente dando mais visibilidade ao bumbum e às coxas e algumas vezes
marcando a região genital. Apenas alguns modelos de calças, mais folgadas (como
algumas que se assemelham a saias) não produzem este efeito, mas estas muito
raramente são usadas.
Quando a profetiza Ellen
White escreveu acerca da reforma do vestuário, ela buscou corrigir 3 problemas
que ocorriam no vestuário daquela época: (1) saias e vestidos muito compridos
que se arrastavam no chão; (2) saias e vestidos muito curtos, que não chegavam
à altura dos joelhos; (3) o traje americano, que tornava o vestuário da mulher
semelhante ao dos homens, e era fruto de um ideal feminista de igualdade de
sexos.
Ao reprovar o uso do traje
americano, que era composto, entre outras coisas pelo uso da calça comprida no
lugar da saia (ou até mesmo embaixo desta, sendo a saia num comprimento
inadequado), Ellen White não declara uma reprovação de Deus ao fato de as
mulheres estarem usando roupas de homens, mas roupas semelhantes às dos homens,
que eliminavam a clara distinção dos sexos. “Há uma crescente tendência de as
mulheres usarem vestuário e adotarem aparência mais semelhantes aos do sexo
oposto e escolherem seus trajes bem parecidos com os dos homens. Mas Deus
declara que isso é abominação. ‘Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em
traje honesto, com pudor e modéstia.’ 1 Timóteo 2:9. – {T1 457.2}
A inserção da calça (como
peça que substituísse a saia, ou fosse usado sob uma saia de tamanho
inadequado) no vestuário feminino, estava diretamente relacionada aos ideais da
luta feminista por direitos das mulheres (especialmente pela igualdade de
sexos). A luta feminista não está de acordo com a nossa fé, e portanto devemos
tomar cuidado com suas influências, seja no estilo de vida, nos modelos de relacionamentos
amorosos, como também no vestuário.
Ainda que algumas pessoas
pensem que hoje o uso da calça não está mais associado ao movimento feminista.
A moda permanece vinculada aos movimentos de gênero e suas lutas. Nos últimos
anos, por exemplo, em paralelo ao aumento das lutas promovidas pelo movimento
LGBT vemos também a inserção de cores, estampas e cortes nas roupas masculinas
muito semelhantes ao que era utilizado, até então, na moda feminina. O uso da
calça comprida, assim como outras peças de vestuário que tornaram-se mais
populares entre as mulheres nos últimos anos (pois até algumas décadas atrás
não era bem vista a mulher que as usassem), permanecem como símbolos das
conquistas feministas, especialmente da libertação do corpo da mulher da submissão
a que era submetida (e que conhecemos ser bíblica, ainda que muitos homens
tenham pecado levando a extremos).
O uso da calça comprida
orientado pelo Espírito de Profecia não é em substituição à saia, mas junto com
a saia, sendo esta última dentro dos padrões de comprimento revelados por Deus.
Ellen White orienta as mulheres a protegerem o corpo do frio, e entre outras
coisas recomenda o uso da calça comprida embaixo das saias e dos vestidos.
Nunca em substituição. “Qualquer que seja o comprimento do vestido, as mulheres
devem agasalhar os membros tão completamente como os homens. Isso pode ser
feito usando-se calças forradas, franzidas por cordões presos ao redor dos
tornozelos, ou calças largas que se afinam na parte inferior. Devem elas ser
suficientemente compridas para atingir o nível dos calçados.” {T1 460.3}. Desta
forma, de acordo com a necessidade do organismo, devido ao clima, a calça não
só pode como deve ser usada, juntamente com a saia.
A compreensão de que o uso
de saia como peça principal e da calça como peça acessória, compõe o vestuário
feminino do dia a dia, torna coerente o fato de que na igreja usemos saias e
vestidos ao invés de calças. O não uso da calça na igreja não se dá por mera
tradição, mas por este não ser o vestuário recomendado às mulheres cristãs. O
testemunho que damos através do uso da saia não deve ser dado apenas nos dias
de culto, mas todos os dias.
NINGUÉM DEVE SERVIR DE
CONSCIÊNCIA PARA NINGUÉM
“De maneira que cada um de
nós dará conta de si mesmo a Deus. Assim que não nos julguemos mais uns aos
outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão.”
Romanos 14:12-13
“Em questões de consciência,
a alma deve ser deixada livre. Ninguém deve controlar o espírito de outro,
julgar por outro, ou prescrever-lhe o dever. Deus dá a toda alma liberdade de
pensar, e seguir suas próprias convicções. “Cada um de nós dará contas de si
mesmo a Deus.” Romanos 14:12. Ninguém tem direito de imergir sua
individualidade na de outro. Em tudo quanto envolve princípios, “cada um esteja
inteiramente seguro em seu próprio ânimo”. Verso 5. No reino de Cristo não há
nenhuma orgulhosa opressão, nenhuma obrigatoriedade de costumes. Os anjos do
Céu não vêm à Terra para mandar e exigir homenagens, mas como mensageiros da
misericórdia, a fim de cooperar com os homens em erguer a humanidade.” – {MCP2
707.3}
Independente de entendermos
que o uso da calça comprida como peça substitutiva da saia é adequado ou inadequado,
não devemos servir de consciência para ninguém, nem julgarmos a fé de nossas
irmãs com base no que cremos. Cada uma de nós dará conta de si mesma a Deus, e
nossa preocupação deve ser estar em conformidade com a luz que recebemos, pois
é segundo esta luz que somos julgadas por Deus.
ESSE NÃO DEVE SER O
PRINCIPAL ASSUNTO QUE OCUPE NOSSAS MENTES E NOSSAS PREGAÇÕES
O vestuário como um todo não
deve ser o centro de nossa religião, nem de nossas pregações. Ainda que em
algum momento este assunto seja estudado e pregado, ele não deve ser o tema
principal.
Fazemos bem em adotar a
mesma postura que a irmã White adotou após pregar a mensagem da reforma do
vestuário como lhe foi dado a pregar: “Não era meu dever impor o assunto às
minhas irmãs. Após apresentá-lo a elas, como me fora mostrado, deixei-o a seu
critério.” {T4 636.2}
Ainda que o povo de Deus
ande em diferentes passos no que diz respeito à reforma (não apenas do
vestuário, mas toda e qualquer reforma), o Senhor deseja que tenhamos unidade.
A luz é progressiva, e cada um deve caminhar de acordo com a luz que recebeu.
Enquanto Deus tem trabalhado com alguns no que diz respeito ao vestuário, com
outros Ele tem atuado para modificar hábitos alimentares, ou a forma com que
tratam os recursos financeiros sobre os quais Ele lhe colocou como mordomos, ou
tantos outros aspectos do dia a dia que devem se conformar com Sua santa
vontade. Mesmo as reformas urgentes que precisamos fazer, e a unidade de
pensamento que devemos ter como povo, não devem ser impostas. Devemos respeitar
o momento espiritual em que cada pessoa se encontra, cuidando sempre para não
sermos negligentes com a luz que recebemos, pois esta negligência interrompe o
processo de santificação, pelo qual precisamos passar, e sem o qual, ninguém
verá a Deus (Hebreus 12:14) – “A obra da santificação é obra de uma vida
inteira; tem de prosseguir constantemente; essa obra, entretanto, não pode
prosseguir no coração enquanto for rejeitada ou negligenciada a luz sobre
qualquer parte da verdade.” {ME1, 317.2}