Porque
vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e
fariseus, jamais entrareis no reino dos Céus. Mateus 5:20
"Quando
fizerem o bem, tenham o cuidado para que seu gesto não vire peça de teatro.
Pode até ser um bom espetáculo, mas Deus não vai aplaudir. Quando for ajudar
alguém, não chame atenção para você mesmo. Você já viu gente assim em ação,
tenho certeza – eu os chamo atores. Eles vão orar nas esquinas, como se elas
fossem palcos, atuando para o público, interpretando para as multidões. Eles
recebem aplausos sim, mas é tudo. Quando você ajudar alguém, não pense na
impressão que vai causar. Apenas ajude – com simplicidade e discrição. É assim
que Deus, que o criou com todo amor, faz. Ele age nos bastidores para ajudar
você" (Mt 6:1-4, A Mensagem).
Nessa
seção do Sermão da Montanha, Jesus adverte quanto ao perigo da hipocrisia, o
pecado de usar a religião para esconder nossa verdadeira face. Hipócrita, na
definição de Cristo, não é alguém que fica aquém dos ideais divino. Hipócrita é
aquele que usa a máscara religiosa para ocultar sua identidade real e para
autopromoção. No original grego, "hipócrita" significa "ator".
Hipócrita é aquele que busca "visibilidade", que troca o alvo de
agradar a Deus pelo objetivo idólatra de ganhar aplauso humano. Como os
fariseus, cuja religião era praticada visando ao louvor dos observadores, e não
à glória do Senhor. Depois de apresentar a Seus discípulos uma justiça
superior, Jesus passa a advertir quanto aos perigos da encenação religiosa. Ele
muda o foco da justiça em sentido positivo, para a "justiça" em
sentido formal e exterior, que transforma a religião em um show de ostentação.
Como
sabemos, uma falsa motivação pode prostituir bons atos. Isto é, podemos fazer
as coisas corretas pela motivação errada, apenas para "sair bem na
foto". A tentativa de viver de acordo com esse tipo de
"justiça", cuja motivação é a busca de aplauso dos homens, destrói a
importância de qualquer desempenho religioso. Nessa narrativa de Mateus
(6:1-18), Jesus discute os três atos principais da piedade judaica: esmolas,
oração e jejum, virtudes recomendáveis, mas corrompidas pela hipocrisia. O que
Ele diria hoje de restrições de dieta, "zelo" missionário, música e
contribuições para a igreja? Tudo isso, bom em si, pode tornar-se apenas um bom
espetáculo sem o aplauso de Deus.
Fonte: CPB
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