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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Castro: “Se o papa continuar assim [...] retorno à Igreja”


55 minutos, um recorde para esse tipo de encontro, o papa Francisco e Raúl Castro permaneceram reunidos no Vaticano. Foi uma visita “estritamente particular” em que o presidente cubano agradeceu pessoalmente – o agradecimento público foi em 17 de dezembro – o trabalho de Jorge Mario Bergoglio na aproximação entre Cuba e Estados Unidos. Um longo aperto de mãos selou o encontro que também serviu para preparar a visita do pontífice a Cuba, prevista para setembro, logo antes da viagem aos Estados Unidos que o levará a Washington, Nova York e Filadélfia. Ao sair, o presidente cubano afirmou que lê “todos os seus discursos” e que, “se continuar assim”, ele mesmo retornará à Igreja Católica. “Agradeci a contribuição do Santo Padre para a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos”, acrescentou.

Não é a primeira vez que Raúl Castro visita o Vaticano. Como ministro da Defesa e candidato à sucessão do irmão Fidel, o agora presidente fez uma visita a João Paulo II em dezembro de 1997, às vésperas da histórica visita de Karol Wojtyla à ilha em que pediu: “Que Cuba se abra para o mundo e o mundo se abra para Cuba.” Essa abertura mútua, sonhada há tanto tempo – sobretudo pelos cubanos, principais prejudicados pelo regime comunista e pelo bloqueio americano –, finalmente está acontecendo, e tanto Obama como Castro não hesitam em ressaltar o papel de Bergoglio.

O papa Francisco tem acompanhado de muito perto, tanto de forma pessoal como através da diplomacia vaticana, o recém-inaugurado diálogo entre Cuba e Estados Unidos. “O interesse do Vaticano”, assinalam fontes da secretaria de Estado, “é que sejam incluídos neste novo momento de concórdia, que ainda será lento, longo e difícil, outros atores importantes da região; não se pode esquecer que o papa continua muito preocupado com a situação da Venezuela”.

O primeiro encontro entre o mandatário cubano e o primeiro papa latino-americano aconteceu no estúdio e nos salões adjacentes à Sala Paulo VI, o grande auditório onde são celebrados os atos vaticanos. É o lugar escolhido pelo papa e pelo protocolo vaticano para celebrar as reuniões de caráter menos oficial, como a realizada em abril com o rei Juan Carlos. Ultimamente, Francisco tem preferido o local por ser mais próximo de Santa Marta, onde reside, e assim dispensar o deslocamento até o palácio pontifical, onde costumam ser organizadas as visitas de Estado.


Na delegação que acompanhou Castro a Roma estavam o vice-presidente do Conselho de ministros, Ricardo Cabrisas Ruiz; o chanceler Bruno Rodríguez Parrilla; e pelo ministro das Forças Armadas Revolucionárias Leopoldo Cintra Frías. Também participaram da audiência papal os embaixadores na Itália, Alba Soto Pimentel, e no Vaticano, Rodney López.

Fonte: Criacionismo

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