Temos
visto ocorrer pelo mundo algumas ordenações de mulheres ao ministério, ou
nomeações para funções que deveriam ser ocupadas por pastores ordenados.
Recentemente,
a Southeastern Conference Califórnia
(Conferência do Sudeste da Califórnia) nomeou uma mulher como presidente dessa
Conferência (que é similar às nossas Associações). Também a Europa teve sua
primeira mulher ordenada ao Ministério pela Conferência da União Holanda.
Infelizmente, não é a primeira vez que isso acontece. Ano passado foi votada a
ordenação de mulheres pastoras adventistas na Conferência da União da Columbia
(EUA). Todas essas ações contrariam o apelo feito pela Conferência Geral de que
se aguarde para que essa seja uma decisão tomada da forma correta pela igreja,
para que se aguarde a próxima assembléia.
Outras
pessoas poderiam abordar esse assunto de outra forma, apontando outros
prejuízos em se proceder esse tipo de ordenação. A mim, chama a atenção, o
problema da insubordinação. Uma vez que haja uma solicitação para aguardar, uma
vez que uma União ou uma Associação, e nem mesmo uma Divisão esteja habilitada
a tomar essa decisão por conta própria, só posso entender que estamos sofrendo
de um grave problema de insubordinação. E, para a nossa infelicidade, uma
insubordinação que vem da própria liderança, e que sem dúvida alguma se reflete
sobre as instâncias menores e sobre os membros das igrejas locais. Que exemplo
de submissão à hierarquia do corpo de Cristo estamos tendo desses líderes?
Nenhum!
(Sugiro
que leia também o post “Ordenação de mulheres, unidade da Igreja, e resposta do Pr Ted Wilson”)
Isso
me faz lembrar do povo de Israel, duro e insubordinado, que tendo Deus por
líder soberano, tiveram a ousadia de pedir “Dá-nos um rei” (I Samuel 8:6). Nos
tempos antigos, Israel queria um Rei, hoje, há os que desejam ter pastoras
ordenadas. Temo o que mais poderá ser desejado e requerido dentro de alguns
anos, se Cristo não voltar até lá.
E,
assim como naquela época, a rejeição do povo não era em relação a Samuel, e sim
a Deus – “Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado
a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles.” (I Samuel
8:7) – posturas modernas de insubordinação possuem o mesmo teor. Não se trata
de rebeldia contra o Pr Ted Wilson, ou aos demais líderes da CG, mas contra o
Deus que guia essa Igreja e que nos instruiu quanto à necessidade de unidade,
especialmente no Tempo do Fim.
Líderes
como o Pr Ted podem errar? É claro que sim! E se eles estiverem errados,
precisamos nos opor ao erro deles? Obviamente. Havendo um claro “assim diz o
Senhor”, não devemos nos sujeitar a qualquer ordem ou prática que entre em
conflito com a vontade de Deus. Ocorre que não há nenhuma instrução divina que
claramente ordene mulheres ao ministério pastoral, e nesse caso, o que existe
são teorias e vontades pessoais. Ellen White, por algumas vezes repreendeu
nossos líderes máximos, pois estavam errados. Nos escritos dela, você pode
encontrar essas repreensões.
Encontramos
também, citações em que ela reforça a autoridade que a Assembléia Geral possui.
"Fui
muitas vezes instruída pelo Senhor de que o juízo de homem algum deve estar
sujeito ao juízo de outro homem qualquer. Quando, porém, o julgamento da
Associação Geral, que é a mais elevada autoridade que Deus tem sobre a Terra, é
exercido, a independência e o juízo privados não devem ser mantidos, mas
submetidos". Testimonies, vol. 3, pág. 492.
"Por
vezes, quando um pequeno grupo de homens, aos quais se acha confiada a direção
geral da obra tem procurado, em nome da Associação Geral, exercer planos
imprudentes e restringir a obra de Deus, tenho dito que eu não poderia por mais
tempo considerar a voz da Associação Geral, representada por esses poucos
homens, como a voz de Deus. Mas isso não equivale a dizer que as decisões de
uma Associação Geral composta de uma assembléia de homens representativos e
devidamente designados, de todas as partes do campo, não deva ser respeitada.
Deus ordenou que os representantes de Sua igreja de todas as partes da Terra,
quando reunidos numa Associação Geral, devam ter autoridade. O erro que alguns
estão em perigo de cometer, é dar à opinião e ao juízo de um homem, ou de um
pequeno grupo de homens, a plena medida de autoridade e influência de que Deus
revestiu Sua igreja, no juízo e voz da Associação Geral reunida para fazer
planos para a prosperidade e progresso de Sua obra". A Igreja Remanescente, p.
67.
Todo
e qualquer erro de uma liderança não deve ser aceito pelo povo de Deus. Não
devemos nos submeter a algo que contrarie a vontade de Deus. Contudo, não
devemos nos opor à liderança, em prol de nossos gostos e opiniões pessoais. A
única autoridade que existe na Igreja é Deus. Ele institui as demais
autoridades. E essas, só são autoridades uma vez que atuem segundo o “assim diz
o Senhor”, revestidos pelo Espírito Santo. Do contrário, estão representando a
si mesmos e não ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.
Precisamos
orar por estes insubordinados líderes, pois eles carecem da misericórdia e do
perdão de Deus. Precisam arrepender-se e voltar-se a Deus. São tão amados por
Deus como eu e você, e terão sobre eles uma cobrança muito maior no Dia do
Juízo pela posição de liderança que ocupam.
E
a mim e a você cabe uma reflexão pessoal: até que ponto não temos sido
insubordinados também?
Há
um texto de Ellen White que muito me chama a atenção sobre o assunto da
insubordinação. No dia em que o li a primeira vez, passei um bom tempo
refletindo e desejo o mesmo a você:
“Talvez
tenhamos de permanecer muitos anos mais neste mundo por causa de
insubordinação, como aconteceu com os filhos de Israel;” Evangelismo, p. 696.
Fonte: Mulheres Adventistas