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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Os assuntos financeiros de Ellen G. White



Ellen White era milionária?

Mais de uma vez em seu ministério, Ellen White foi confrontada por acusações de que ela estava acumulando uma grande riqueza por causa dos direitos autorais de seus livros. Eis sua resposta direta a um difamador, escrita em 1897 enquanto ela morava na Austrália:
“Você fez denúncias de que eu era rica. Como sabia que eu era? Por cerca de dez anos tenho trabalhado com base em propriedades que não me pertenciam. Se vendesse tudo o que tenho em minha posse, não teria dinheiro suficiente para saldar todas as minhas despesas.

“Onde tenho investido o dinheiro? Você bem sabe onde. Eu tenho sido o banco de onde são extraídos os recursos para levar avante o trabalho neste país…

“Eu tenho tomado dinheiro emprestado para fazer a obra que precisa ser feita. Nem um xelim das doações que me são enviadas, desde a menor quantia até as maiores, foi usado em meu próprio favor. Nossa boa irmã Wessels presenteou-me um vestido de seda, e fez-me prometer que não o venderia. Mas eu acho que se ela tivesse colocado em minhas mãos o valor correspondente ao vestido, ele teria sido usado na causa de Deus.

“Vejo dívidas em nossas casas de culto e isso me faz doer o coração. Não posso deixar de me afligir com o assunto. Tenho investido dinheiro nas igrejas de Parramatta, Prospect, Napier, Ormondville, Gisborne, e na educação de estudantes. Tenho enviado pessoas para a América a fim de serem preparadas para voltar e trabalhar neste país. Se esta é a maneira de alguém se tornar rico, eu acho que outros deviam experimentá-la.

“Todos os direitos autorais sobre meus livros estrangeiros vendidos na América são sagradamente dedicados a Deus para a educação de estudantes, a fim de que possam ser preparados para o ministério. Milhares de dólares têm sido gastos assim. É esta a maneira de se acumular dinheiro? A velha história que Canright e outros fizeram circular, de que eu valia 30 mil dólares, é tudo ficção. E fiquei sabendo que esse valor já aumentou para 30 mil libras, desde que eu vim para a Austrália.

“Não sei onde está esse dinheiro. Estou usando todos os meus recursos, tão rápido quanto eles me chegam às mãos, para fazer avançar a obra neste país. Se eu tivesse 30 mil libras, não teria mandado buscar na África o empréstimo de mil libras pelo qual estou pagando juros. Se pudesse, teria feito outro empréstimo de mil libras, para que pudéssemos construir o edifício escolar principal.

“Eu não tenho 30 mil libras. Eu só queria ter um milhão de dólares. Eu faria o que fiz em Sidney. Colocaria homens no campo de trabalho, custeando suas despesas com meus próprios recursos. Precisamos de cem homens onde agora só temos um no campo.” (Carta 98a, 1897).

Seis anos mais tarde, em uma carta pessoal datada de 19 de outubro de 1903, Ellen White escreveu: “Fiz tudo o que pude para ajudar a causa de Deus com meus recursos. Estou pagando juros sobre 20 mil dólares, utilizados inteiramente na causa de Deus. E continuarei a fazer tudo que estiver em meu poder para auxiliar no avanço da Sua obra.” (Carta 218, 1903).

Ellen White não contradisse seus próprios ensinamentos ao morrer com dívidas?

Ellen White sabiamente advertiu contra os perigos da dívida, mas quando morreu ela devia aproximadamente $90.000, com ativos calculados em um pouco mais de $65.000. Isso deixou um déficit de mais de $20.000. Ellen White controlou suas finanças irresponsavelmente e em completa negligência aos seus próprios conselhos? Quando todos os fatos relacionados aos seus negócios são considerados, fica evidente que Ellen White não violou o princípio e a intenção do conselho que deu sobre o manter-se livre de dívidas.

Deve-se notar que Ellen White não advogou uma posição extrema a respeito de dívidas – que sob nenhuma circunstância alguém deveria fazer qualquer negócio a menos que o dinheiro estivesse em mãos. Ela reconheceu que oportunidades se apresentam onde a resposta apropriada é avançar com fé, mesmo que seja necessário “tomar dinheiro emprestado” e “pagar juros” – (Conselhos Sobre Mordomia, p. 278).

Em sua própria experiência, a maior parte dos empréstimos feitos por Ellen White foram contraídos durante os últimos anos de sua vida quando, percebendo a brevidade de seus dias, ela fez uma das partes mais difíceis de seu trabalho ao preparar novos livros, tanto em Inglês como em outras línguas. Havia somente duas maneiras pelas quais as despesas com a preparação de livros poderiam ser pagas – através das rendas provenientes de publicações anteriores (direitos autorais), ou fazendo empréstimos com base em direitos autorais antecipados. Por causa da generosidade de Ellen White no passado em contribuir com fundos para a obra da igreja, a única alternativa que lhe restava era contar com rendas futuras  (direitos autorais) para quitar sua dívida. Parte da sua generosidade consistiu em sua recusa de receber os direitos autorais das edições em línguas estrangeiras, doando os direitos autorais de suas últimas obras mais populares, Parábolas de Jesus (1900) e A Ciência do Bom Viver (1905), para sustentar projetos específicos da igreja. Nos anos seguintes à sua morte a venda de suas publicações foi suficiente para saldar inteiramente suas obrigações, como ela havia previsto.

Se os escritos de Ellen White são inspirados, por que seus livros são protegidos pelo registro de direitos autorais e vendidos? Seus livros não deveriam ser dados?

Milhares dos livros de Ellen White são doados. Em tais casos, contudo, uma pessoa ou grupo doou fundos para cobrir os gastos com a impressão – assim como cópias da Palavra de Deus só circulam de graça através da generosidade de outros. Quando se tem em mente que a própria Ellen White assumiu as despesas para o preparo das matrizes dos livros, ilustrações, e traduções, sem falar nos custos de produção dos próprios manuscritos, não parece incongruente que ela pudesse esperar cobrir esses gastos através do mecanismo regular pelo qual a maioria dos autores são remunerados – direitos autorais. Além do mais, obter a garantia dos direitos autorais de um livro proporciona uma maneira de preservar a exatidão do texto. Hoje em dia, há gastos contínuos com a manutenção dos manuscritos originais de Ellen White, com o preparo de novas publicações, incluindo produtos em CD-ROM, e outros materiais relativos à sua vida e ministério.

Ellen White não contradisse seu próprio conselho quando algumas vezes ela mandou fundos provenientes de dízimos diretamente para ministros em necessidade?


A instrução deixada por Ellen White sobre a aplicação adequada dos dízimos é claramente apresentada por ela em Testimonies for the Church, vol. 9, p. 245-251. Ela declara que o dízimo deve ser trazido à casa do tesouro de Deus para sustentar os obreiros evangélicos (p. 249), e que ninguém deveria “sentir-se livre para reter seu dízimo, para usá-lo de acordo com o seu próprio julgamento. Não devem usá-lo para si mesmos em uma emergência, nem aplicá-lo como pensam ser apropriado, mesmo naquilo que possam considerar como a obra do Senhor” (p. 247). A posição e prática de Ellen White era seguir esse modelo. Ela escreveu em 1890: “Eu devolvo meus dízimos alegre e livremente, dizendo como Davi: “Das Tuas mãos to damos” – (Pastoral Ministry, p. 260). Numa época em que alguns obreiros denominacionais estavam sendo inadequadamente mantidos ou abertamente privados de seu legítimo salário, Ellen White agiu sob instrução recebida do Senhor de que deveria ajudar tais obreiros com seus dízimos, se necessário. Ela não considerou sua ação como retenção de dízimo para a tesouraria ou o redirecionamento deles para usos irregulares. Antes, ela reconheceu a inabilidade dos “canais competentes” de satisfazer as necessidades daqueles obreiros em particular naquele momento específico.

Fonte: CPEGW

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