No Antigo Testamento
encontram-se indicações da vocação da igreja para crescer e tornar-se universal
(Sl 67:2, 117:1; Is 2:3, 42:6, 66:19; Am 9:12; Zc 2:11, 8:22). O livro dos
Salmos de Davi é um dos maiores livros missionários do mundo e está repleto de
referências de conotação universal. Salmos inteiros são mensagens e desafios
missionários (Sl 2, 33, 66, 72, 98, 117 e 145). No entanto, essas indicações
tornaram-se mais claras nos ensinos de Jesus Cristo e dos apóstolos. Na “Grande
Comissão” Jesus foi muito enfático: eles deveriam fazer discípulos de todas as
nações (Mt 28:19), ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura (Mc
16:15), pregar arrependimento para remissão de pecados por todas as nações (Lc
24:47), ser suas testemunhas em Jerusalém, na Judéia e Samaria e até aos confins
da Terra (At 1:8). No livro de Atos e nas Epístolas, os apóstolos e os
discípulos são fiéis no cumprimento desse mandado (At 8:4; Rm 15:19). E o livro
do Apocalipse apresenta grandiosas visões dos redimidos que procedem de todas
as tribos, povos, línguas e nações (Ap 5:9; 7:9; 14:6). Este artigo, portanto,
procurará analisar o crescimento da igreja cristã através dos séculos,
apresentando tanto os aspectos positivos como os negativos.
I - Os
primeiros três séculos
Logo depois a morte de
Jesus, formou-se um pequeno grupo de pessoas composto pelos apóstolos, por Maria,
sua mãe e seus irmãos, que se reuniam em um pequeno salão, com vistas a cumprir
o que se lê em Atos 1:8: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito
Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaria, até os confins da Terra”.
Em curto espaço de tempo somavam
120 pessoas (At 1:15). O testemunho desse pequeno grupo já rendia bons frutos e
os discípulos chegaram a três mil. Rapidamente alcançaram o expressivo número
de cinco mil. Expressivo porque as condições eram precárias, os discípulos
sofriam perseguições, mas, independente disso, “crescia a palavra de Deus, e em
Jerusalém, multiplicava-se o número dos discípulos; também muitíssimos
sacerdotes obedeciam à fé” (At 6:7). Em Jerusalém, de acordo com Barro (2002),
mais três personagens foram importantes para a disseminação da palavra de Deus:
Pedro, Estevão e Filipe e como resultado dessas ações, é importante salientar
que no primeiro século a igreja cristã/primitiva contava com mais de um milhão
de cristãos, como salienta Barret (1982). A pregação[1]
foi muito importante para essa fase inicial de crescimento da igreja em
Jerusalém.
Nichols (1992, p. 24) relata
que “pelo ano 100 d.C., havia igrejas em inúmeras cidades da Ásia Menor e em
muitos lugares da Palestina, Síria, Macedônia e Grécia, em Roma e Puteoli, na
Itália, em Alexandria, e, provavelmente, na Espanha”. Esse mesmo autor tece um
interessante comentário sobre a extensão da igreja após o primeiro século. Suas
palavras são:
Entre o ano 100 d.C. e o reinado de
Constantino, o Cristianismo alcançou maravilhoso progresso. Em 313, era a
religião dominante na Ásia Menor, região muito importante do mundo de então,
como na Trácia e na longínqua Armênia. A Igreja se constituíra numa influência
civilizadora muito poderosa na Antioquia, na Síria, nas costas da Grécia e
Mesopotâmia, nas ilhas gregas, no norte do Egito, a província da África, na
Itália, no sul da Gália e na Espanha. Era menos forte em outras partes do
império, inclusive a Britânia. Era fraca, naturalmente, nas regiões mais
remotas, como a Gália central e do norte. Em todas essas regiões a Igreja
alcançou povos das mais variadas línguas, que não faziam parte da civilização
greco-romana [...] O cristianismo não tinha alcançado somente os limites do
império; mesmo o leste da Síria e a Mesopotâmia receberam influência poderosa
(Nichols, 1992, p. 34).
Nos três primeiros séculos,
a igreja experimentou uma notável expansão geográfica e numérica.
Aproximadamente “50% da população do império, que era composta de 25 milhões de
habitantes, era cristã”, segundo Deiros (2005, p. 80).
Esses três primeiros séculos são caracterizados pelas perseguições
sofridas pela Igreja nas mãos do Império Romano[2].
Essas perseguições não foram generalizadas nem contínuas, mas causaram muitos
danos à igreja em algumas regiões mais prósperas, como a Ásia Menor, Itália,
Egito e sul da Gália[3].
Todavia, a repressão não
teve o efeito esperado, pois quando cessava, o exemplo dos mártires e outros
que sofreram por sua fé, inspirava os cristãos a um esforço renovado pela
difusão de sua fé. Daí as célebres palavras do escritor Tertuliano (cerca do
ano 200): “o sangue dos mártires é semente”. Ele também fez a seguinte
afirmação dirigida aos pagãos:
Nós somos um grupo novo, mas já
penetramos em todas as áreas da vida imperial – nas cidades, ilhas, vilas,
mercados, e até mesmo no campo, nas tribos, no palácio, no senado e no
tribunal. Somente lhes deixamos os templos (apologia 37)[4].
Assim, o cristianismo
crescia espontaneamente por meio do testemunho de cristãos anônimos que, no seu
dia-a-dia, compartilhavam informalmente a fé com seus parentes, amigos,
vizinhos, conhecidos e colegas de trabalho.
II -
O Período da Igreja Imperial
Novos fatos aconteceram a partir do início do
quarto século. Em primeiro lugar, houve o ingresso do primeiro imperador romano
à fé cristã, Constantino. González (1997, p. 30) faz um interessante comentário
sobre a conversão dos pagãos nesse período. Ele diz:
Quando algum pagão se convertia ele
era submetido a um longo processo de disciplina e ensino, para ter certeza de
que o novo convertido entendia e vivia sua nova fé, e então ele era batizado. O
novo convertido, então, seguia seu bispo como guia e pastor, para descobrir o
significado de sua fé nas situações concretas da vida.
O mesmo não ocorreu com o
imperador Constantino[5],
ainda segundo González, que complementa:
O caso de Constantino foi bem
diferente. Mesmo depois da batalha da Ponte Mílvio, e durante toda a sua vida,
Constantino nunca se submeteu em nenhum aspecto à autoridade pastoral da
igreja. Ele contava com o conselho de cristãos, como o erudito Lactâncio –
tutor de seu filho Crispo – e o bispo Ósio de Córdoba – seu conselheiro para
assuntos eclesiásticos – mas Constantino sempre se reservou o direito de
determinar ele mesmo suas atitudes religiosas, pois considerava-se “bispo dos
bispos”. Repetidamente, mesmo depois da sua conversão, Constantino participou
de rituais pagãos que eram proibidos aos cristãos comuns, e os bispos não
levantaram a voz em protestos e condenação, como teriam feito em qualquer outro
caso (González, p. 30).
Porém, ressalte-se que o
impacto da conversão de Constantino sobre a vida da igreja foi grande e sobre
ela González (idem, p. 35) assim se referiu:
Naturalmente a conseqüência mais
imediata e notável da conversão de Constantino foi o fim das perseguições. Até
então os cristãos tinham vivido em constante temor de uma nova perseguição,
mesmo em tempos de relativa paz. Depois da conversão de Constantino esse temor
se dissipou. Os poucos governantes pagãos que houve depois dele não perseguiram
os cristãos, somente tentaram restaurar o paganismo por outros meios. Tudo isso
produziu em primeiro lugar o desenvolvimento do que poderíamos chamar de uma
“teologia oficial”. Deslumbrados com o favor que Constantino evidenciava em
relação a eles, não faltaram cristãos que se empenhavam em provar que
Constantino era o eleito de Deus, e que sua obra era consumação da história da
igreja.
No fim do século 4, outro imperador, Teodósio, oficializou a Igreja
Católica, tornando-a a única religião admitida no império. Deiros (2005, p. 84)
comenta o fato:
Constantino chegou a ser o único
imperador do Império Romano a partir de 323, depois de derrotar um de seus
opositores, Licinio. No ano 325 fez uma exortação geral para que todo o povo do
Império se tornasse cristão. Esta decisão influenciou grandemente a Teodósio o
Grande, que começou a reinar em 378, e em 380 colocou o cristianismo como
religião oficial do Império Romano.
Em 28 de fevereiro de 380,
em Tessalônica, Teodósio promulgou um edito que dizia: “Todos os povos devem
aderir-se a fé transmitida aos romanos pelo apóstolo Pedro e professada pelo
pontífice Dámaso e o bispo Pedro de Alexandria, quer dizer, reconhecer a Santa
Trindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (ibidem).
Esse fato fez com que
grandes levas de pagãos ingressassem na Igreja, nem sempre movidos pelas
motivações mais corretas: “Prevaleceu, assim, na Igreja, grande massa de
pagãos, imbuídos das idéias pagãs a respeito da religião e da moral, gente que
de cristã tinha apenas o nome” (Nichols, 1992, p. 81).
O fato é que, no quarto e no
quinto séculos, o cristianismo tornou-se a religião majoritária na parte sul do
Império Romano. Com as migrações dos povos bárbaros para dentro dos limites do
império, esses foram progressivamente cristianizados, a começar dos visigodos.
A primeira tribo teutônica a aceitar a fé católica, ou seja, trinitária foi à
dos francos, no fim do quinto século. ”Em vários países, o Cristianismo foi
imposto pela força, pelos respectivos governos, e, às vezes, de modo bem cruel
[...] em grande parte, o Cristianismo entrou pela força” (idem, p. 70).
Além
disso, o cristianismo sofreu um tremendo ataque dos muçulmanos, como descreve
Nichols (1992, p. 89):
Nos séculos 6 e 7, os conquistadores
árabes haviam dominado a Síria, Palestina, parte da Ásia Menor, Mesopotâmia e
Egito. O império oriental sofreu, desse modo, uma perda irreparável. Nunca mais
a Igreja do Oriente chegou a ser tão forte quanto fora no passado. Apenas o
resto da Ásia menor, a península dos Bálcãs e a Grécia foram mantidos pelo
império, de modo que a igreja ainda pôde se defender contra a maré do
Islamismo.
As Cruzadas, grandes
campanhas militares promovidas pelos cristãos europeus com a finalidade de
recuperar os lugares sagrados do cristianismo que haviam caído em mãos
maometanas, fez muito mais mal do que bem, deixando ressentimentos que perduram
até hoje. Alguns autores referem-se a elas como a mais trágica distorção das
missões cristãs em toda a história da Igreja
No entanto, “No ano 1200,
apenas uma pequena parte da Europa estava fora da cristandade” (idem, p. 103).
Com as perdas sofridas no Oriente Médio e no Norte da África, poderia parecer,
à primeira vista, que o Cristianismo se tornara uma religião exclusivamente
européia. Porém, esse não foi o caso. Desde um período muito remoto, a fé
cristã atingiu com maior ou menor intensidade vastas regiões da África ao sul
do Saara, com o Sudão e a Etiópia, bem como importantes áreas do Oriente, como
Índia, a Mongólia e a China.
III
-
O Período Moderno e Contemporâneo do
Crescimento da Igreja
O movimento missionário teve
seu desenvolvimento desestruturado por fatos ocorridos no período compreendido entre
os anos 500 e 1000, principalmente pela queda do Império Romano. Após esse
período a igreja continuou seu ritmo de crescimento, voltando a ter no movimento
missionário seu eixo propagador e ele se expandiu, fortalecendo-se pela
pregação e ensino de evangelistas, pelo testemunho pessoal e por ações
empreendidas pelos primeiros cristãos.
Durante a Idade Média,
alguns fatos contribuíram fortemente para a expansão do movimento missionário,
As Cruzadas, já citadas, iniciaram-se em 1096, estendo-se até 1291, e seus
reflexos foram sentidos até 1492, com a expulsão definitiva dos mouros do sul
da Europa, região tradicionalmente cristã. Ekström (2001, p. 38) cita os principais
efeitos das Cruzadas:
- O
fortalecimento da Intolerância diante dos que pensavam diferente (o espírito
das Cruzadas) que fortemente marcou a oposição aos “heréticos” na Europa,
durante a Idade Média;
- O
surgimento de ordens monásticas militares;
- Uma
mudança na atitude em relação à guerra aceitável quando em defesa da fé cristã;
- Mudanças
políticas e econômicas como resultado das conquistas e das novas relações
dentro do mundo mediterrâneo;
- Um
crescente conflito entre as igrejas ocidental e oriental devido ao não respeito
ao território de cada uma;
- O “mau
testemunho na história”, cujas influencias são sentidas ainda hoje no
relacionamento entre cristãos e muçulmanos.
Outro movimento religioso
que teve importância fundamental para a disseminação do movimento missionário
foi a Reforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero no século XVI, e que
abalou os alicerces da Igreja de Roma, alcançando regiões importantes e
originando diversas ramificações protestantes. Ekström (2001) ressalta algumas
críticas aos reformadores no que se refere à ausência de uma visão missionária,
evidente na falta de interesse de levar as descobertas da fé para outras partes
do mundo conhecido até então[6].
Um novo movimento, com
caráter comercial e exploratório, contribuiu para a propagação e fortalecimento
do movimento missionário no mundo: as Grandes Navegações.
As grandes descobertas geográficas
ocorridas no fim do século XV e no começo do século XVI foram, principalmente,
feitas por espanhóis, portugueses e italianos. Mais tarde, ingleses, franceses,
holandeses e dinamarqueses (e outros) iriam seguir os passos dos sul-europeus
[...] Em todas essas expedições, os comandantes militares e exploradores
levavam consigo representantes da Igreja a fim de cristianizar os povos que iam
sendo descobertos e subjugados (Ekström, 2001, p. 54).
Em decorrência desses fatos,
uma fé nova e dinâmica da expansão do cristianismo ocorreu nos séculos 15 e 16.
Inicialmente, quem tirou maior proveito dos descobrimentos que as Grandes Navegações
proporcionaram foi a Igreja Católica, que conquistou vastas regiões para a sua
fé nas Américas, na África e na Ásia. Neste último continente, tornaram-se
lendários os nomes de Francisco Xavier (Índia e Japão), Mateus Ricci (China) e
Roberto de Nóbili (Índia). Todavia, essa expansão da fé cristã teve os seus
percalços, porque os missionários vinham na esteira dos poderosos, dos
conquistadores[7].
Foi, porém, no período
compreendido entre 1792 e 1914, denominado o Grande Século Missionário[8],
que as Missões encontraram terreno fértil para seu fortalecimento, principalmente
no que diz respeito aos protestantes[9].
Contribuíram para esse fim, fatos históricos como a Revolução Francesa (1789),
o Iluminismo, divulgação de religiões como o Hinduísmo, o Budismo e o Islamismo
e a industrialização advinda do reconhecimento de novas matérias-primas
oriundas dos países recém-descobertos (Ekström, 2001).
Nesse período, foram se
estruturando sociedades missionárias com o objetivo de atender as novas
configurações do mundo, que incluíam povos de diferentes etnias e credos e que
as missões católicas, que não se adequaram à nova realidade, não conseguiram
atender. Nasceram as denominadas Sociedades Missionárias, que tanto reuniam
igrejas como particulares e grupos, e se solidificaram, adequando-se para
atender as necessidades nascentes.
A partir de 1914, em pleno
início do Século XX, conhecido como o século de grandes avanços científicos e
sociais, as missões tiveram de adotar novos métodos.
O desenvolvimento da Missiologia e sua
confrontação com outras ciências, como a Antropologia, fizeram com que novos
rumos surgissem e o empreendimento missionário se preocupasse também com
aspectos culturais, sociais, educacionais, de saúde etc. Não que esta
preocupação faltasse completamente na obra de missionários anteriores [...] As
próprias necessidades vividas pelo chamado Mundo dos Dois Terços (Terceiro
Mundo) forçaram a adoção de novos métodos e a mudança de prioridades. Da mesma
forma, a dificuldade de se entrar em algumas regiões do mundo, criou novos
tipos de estratégias e novas categorias de missionários (Ekström, 2001, p. 76).
Foi
essa a primeira vez na longa história da Igreja que o cristianismo se fez
presente em todas as regiões do mundo, ainda que algumas áreas remotas dessas
regiões tenham continuado sem a presença do evangelho. Alguns nomes bem
conhecidos de missionários dessa época são David Brainer, William Carey,
Adoniran Judson, Hudson Taylor e John Paton. Novamente, ao lado de esforços missionários
cristãos sérios e bem-intencionados, tanto católicos e ortodoxos quanto
protestantes, houve aspectos menos recomendáveis, como a associação entre as
missões e o colonialismo, a excessiva identificação entre o cristianismo e a
cultura ocidental, e a competição entre diferentes grupos cristãos.
O movimento missionário no
continente latino-americano, em seus primórdios, foi eminentemente ligado a
Igreja Católica Romana, que junto às expedições ao Novo Mundo, enviava
missionários, padres e congregações, com o objetivo de “salvar as almas
pecadoras”, que eram os habitantes indígenas.
As missões católicas foram
caracterizadas, segundo Ekström (2001, p. 92), por: Imposição (a cristianização
à força); Superficialidade (não atingiu a alma do povo) Sincretismo (aproveitou-se
de elementos religiosos já existentes e não fez clara distinção entre o
cristianismo e o animismo).
O movimento missionário na
América Latina é dividido em três fases distintas: (a) heróica (conversão e o
batismo dos indígenas sem um critério pré-estabelecido); (b) missionária
(ensinos mais sistemáticos sobre a doutrina e prática cristãs); (c) paroquial
(com o estabelecimento de um sistema mais sólido).
Em decorrência, no
continente latino-americano ficou enraizada a religiosidade imposta pela Igreja
Católica Romana, que perdurou durante séculos, adotando uma nova configuração
em tempos mais recentes, com a chegada das missões protestantes, como
assinalado.
IV - O Movimento de
Crescimento da Igreja - MCI
Outro movimento preocupado com o crescimento da igreja surgiu quando o
ex-missionário na Índia, Donald McGavran, publicou em 1955, o famoso livro Bridges of God (As Pontes de Deus). A partir
de então, o conhecido Movimento de Crescimento da Igreja – MCI tem se destacado
e provocado muitos debates ao redor do mundo. As teses de McGravan foram
divulgadas por Peter Wagner, seu discípulo, e tornaram-se conhecidas
mundialmente.
Destaca-se no MCI o
“princípio de unidade homogêneo”[10],
assim descrito por McGavran (2001, p. 237): “as pessoas gostam de ser cristãs,
sem ter que cruzar barreiras raciais, lingüísticas ou socioeconômicas”. No
contexto latino-americano, teólogos e missiólogos como Orlando Costas, René
Padilha e Samuel Escobar, entre outros, têm criticado severamente o Movimento
de Crescimento da Igreja da Escola de Fuller[11].
Desmembramentos
mais recentes da teoria de crescimento da igreja deitam raízes no chamado
“avivamento coreano”. É dos nossos irmãos asiáticos que herdamos a idéia de
“grupos familiares” ou “igreja em células”. É evidente que, nos dias atuais,
temos vários desdobramentos e podemos falar de “igrejas em células” de vários
matizes. Ainda no caudal teórico do crescimento das comunidades cristãs encontramos
Rede Ministerial, G-12, grupos familiares, grupos de comunhão, grupos de
discipulado, igreja celular, igreja com propósitos, e assim por diante.
É
nosso intento fazer uma avaliação desse caudal de movimentos por entendermos
que, com pequenas diferenças, todos eles seguem certos paradigmas que formam a
base teórica que legitima a ação dos grupos em prol do crescimento das
comunidades cristãs.
- Aspectos
Positivos do MCI
Existem
aspectos positivos nesse movimento que devem ser ressaltados: a
descentralização de estruturas na organização das comunidades locais; a
valorização do trabalho do leigo, respeitando-se o dom do trabalho de cada um;
o fato de as comunidades deixarem de ser templocêntricas e espalharem-se pelos
bairros e cidades, em grupos menores e familiares; a democratização de
estruturas de poder, antes centralizadas na mão de um pastor ou líder.
- Aspectos
Negativos do MCI
Por
outro lado, podem-se assinalar também vários aspectos negativos, que carecem de
mais atenção por parte da liderança da igreja. O
pano de fundo ou lastro cultural que dá sustentação a esses movimentos é o american way of life (estilo de vida
americano), travestido, em alguns casos, do korean
way of life (estilo de vida coreano). Todos esses movimentos orientam-se
pela idéia de quantidade, e não qualidade – o estilo capitalista de acúmulo e crescimento
passa a ser entendido com valor teológico. O que importa é construir
megaigrejas. Igreja grande é sinônima de bênção e sucesso. Há também a
incorporação inescrupulosa de métodos utilizados na administração de empresas e,
entre eles, pode-se citar o planejamento estratégico.
As
igrejas históricas, por exemplo, são unânimes em reconhecer que o movimento
G-12 apresenta propostas neopentecostais e incorpora práticas suspeitas em seus
métodos. Essas práticas transitam desde lições superficiais de psicologia,
regressão e cura interior até ocultismo e paganismo. O referido movimento não
suporta ainda uma análise bíblica séria e criteriosa, no que tange ao valor
revelacional e normativo das Escrituras Sagradas.
É
importante refletir seriamente sobre essas teorias de crescimento da igreja.
Tomar como certo que é da natureza das comunidades cristãs o fator crescimento
– assim lê-se nas Escrituras. Também é certo que os modelos tradicionais,
centralizadores, templocêntricos e pastorcêntricos, já não funcionam mais. A
Bíblia nos ensina a trabalhar com pequenos grupos e reuniões familiares – esse
argumento é irrefutável. Contudo, algumas questões importantes precisam ser
respondidas: que tipo de crescimento queremos para as nossas comunidades? O
crescimento quantitativo apenas é suficiente? O crescimento visa à glória de
quem? De Deus ou do Líder? O imenso crescimento quantitativo que se apresenta é
acompanhado de compromisso com a fé e a doutrina? As pessoas são realmente
transformadas em seu caráter e em sua ética?
A Igreja Adventista do Sétimo Dia não está livre dessas preocupações. A
missiologia adventista dá forte ênfase ao crescimento numérico e hoje o número
de fiéis chega a casa de 15 milhões no mundo, tendo o Brasil como o maior país adventista
na atualidade com mais de um milhão e 300 mil membros.
V -
A IASD e os aspectos positivos e negativos da ênfase numérica
Quais aspectos positivos e negativos
podem trazer à Igreja Adventista do Sétimo Dia a ênfase numérica?
-
Aspectos Positivos
A
Dimensão Numérica, como o próprio nome diz, está ligada a número, à quantidade.
A igreja pode crescer numericamente, o que não significa dizer que esteja
crescendo em
qualidade. Toda denominação religiosa quer crescer em número
de seguidores e esse fato pautou os objetivos de muitas delas. Crescer de modo
desordenado não é saudável. Todo rebanho precisa ser alimentado e quanto maior
o rebanho, maior a responsabilidade de seus pastores.
-Crescimento
Numérico e territorial
Embora não tenha sido a preocupação inicial
da IASD crescer em número ela atua hoje em 203 dos 249 países existentes no
mundo, reunindo um rebanho de mais de vinte milhões de fiéis que são
congregados em mais de sessenta mil igrejas.
E sobre os resultados, Jere D. Patzer
faz um exercício de projeção:
Em
1870, havia um adventista para cada 250.552 pessoas no mundo. Com base nas
atuais taxas de crescimento, as projeções sugerem que, pelo fim do ano 2030,
haverá um adventista para cada 134 pessoas no mundo [...] quatro igrejas e meia
são organizadas por dia ao redor do mundo e ocorre um batismo a cada 28,93
segundos[12].
E, embasando o pensamento de Patzer, A
Revista Adventist World assim
noticiou o crescimento numérico da igreja:
Pelo quinto ano
consecutivo, mais de um milhão de pessoas uniram-se à Igreja Adventista do
Sétimo Dia mundial, segundo relatório estatístico da Igreja, neste ano. Os
líderes disseram que, no final do ano eclesiástico, em 30 de junho de 2008, uma
média de 2.800 pessoas uniu-se à igreja, diariamente, elevando o número mundial
de membros a 15.780.719. Hoje, há um adventista para cada 425 pessoas no
planeta. Em 1980, a
proporção era de 1 para 1.268".13
Sem dúvida, os números
apresentados pela IASD são significativos. Presente em 203 países, conta com
15.780.719 (quinze milhões e setecentos e oitenta mil e setecentos e dezenove)
membros, que professam sua fé em 62.716 (sessenta e dois mil e setecentos e
dezesseis) igrejas.
Assim, é possível perceber a influência
positiva que o MCI exerceu sobre a igreja
adventista.
-
Aspectos Negativos
Evidentemente que o
MCI tem influenciado negativamente também. Alguns aspectos são:
-
Trabalho Missionário Parcial
A
preocupação com a quantidade pode levar os obreiros à tendência de trabalhar só
com classes desfavorecidas econômica, cultural e socialmente, por ser mais
fácil alcançar o alvo, desprezando outras classes que também necessitam receber
as boas novas de salvação. Diz Ellen G. White (1978, pp. 555-556): “Não se tem
feito o esforço devido para atingir as classes altas. Ao passo que nos cumpre
pregar o evangelho aos pobres, devemos apresentá-lo também, em seu mais
atrativo aspecto, aos que são dotados de capacidade e talento”. Mas como
realizar esse trabalho de “evangelização global” incluindo minorias raciais e
classes sociais de difícil acesso, enquanto o critério de avaliar os obreiros
forem os números de batismo?
-
Batismos sem Conversão
Quando
a ênfase são os números de batismo, almas são agregadas à Igreja sem o devido
preparo ou conversão, com conseqüências danosas. Notem as seguintes palavras apontadas
por White (idem, p. 319):
A
aquisição de membros que não foram renovados no coração e reformados na vida é
uma fonte de fraqueza para a Igreja [...] muitos se unem a Igreja, sem primeiro
se haverem unido a Cristo. Nisto satanás triunfa. Tais conversos são seus
instrumentos mais eficientes. Servem de laço para outras almas.
Por
que ufanar-se com a preocupação dos números se não é isso que o Senhor nos
pede? A missão da Igreja é anunciar o evangelho a todas as gentes, por todos os
meios possíveis, e com o devido senso de urgência, mais os resultados,
queiramos ou não, pertencem a Deus. E Ele saberá cuidar da parte que Lhe pertence.
Falando sobre a semeadura da Palavra, White (1998, p. 65) assim se pronunciou: “Não sabemos durante toda a vida qual
prosperará, se esta ou aquela. Isso não é nossa alçada. Façamos nosso trabalho
e deixemos os resultados com Deus”. Muda o nosso enfoque: em vez de nos
alegrarmos somente quando os batismos são numerosos, alegrar-nos-emos até mesmo
quando “um pecador se arrepende”, a exemplo do que acontece no Céu (Lc 15:7). A
conversão de alma deixará de ser um número para ser um acontecimento
transcendental, muito acima de qualquer valorização estatística.
-
Espírito de Competição
A
preocupação com a quantidade tende a promover na obra de Deus o espírito de
competição. E esse método não é de Deus, mas do mundo. Qual a motivação divina
para o trabalho de ganhar almas? Seria o desejo de alcançar números? Certamente
que não. Embora, às vezes, os números se apresentem grandes, como a Pedro no
dia do Pentecostes, ou pequenos, como a Noé, o único motivo genuíno do obreiro
fiel é: “O amor de Cristo nos constrange” (II Cor. 5:14). White (2004, p.
652-653) declarou: “O Salvador não ordena aos discípulos que se ufanem para
produzir frutos. Diz-lhes que permaneçam nEle [...] Vivendo em Cristo, aderindo
a Ele por Ele sustentados, e dEle tirando a nutrição, darei frutos segundo a
Sua semelhança”. Alguns, com ares de incredulidade, pensam que tal maneira de
ver a obra levaria obreiros e membros à perda do fervor missionário, à
inatividade e a uma vida puramente contemplativa. De modo algum, pois “O
coração que mais plenamente descansa em Cristo será o mais zeloso e ativo no
labor por Ele” (White, 1972, p. 71).
- Alto índice de Apostasia
Talvez
seja esse o motivo que levou White (1969, p. 370) a fazer a seguinte
declaração: “Deus ficaria mais satisfeito com seis pessoas inteiramente
convertidas à verdade, do que com sessenta fazendo profissão de fé, mas não
estando de fato convertidas”. Creio que os registros de avaliação de Deus não
concordem exatamente com os nossos. Os frutos numéricos em pessoas agregadas
podem aumentar, mas, talvez, não são frutos reais em almas salvas e
alimentadas.
-
Desânimo e enfermidades
É
alto o número de pastores vitimados por doenças nervosas. Devido à constante
expectativa de resultados imediatos, muitos obreiros sucumbem ante esse clima
de contínua tensão. Para eles, o ministério vai perdendo o encanto, idealismo,
tornando-se pesado fardo, e passam a almejar outro trabalho na obra, que lhes
proporcione uma atmosfera mais natural de vida. Isso não é apenas uma
suposição. É uma realidade que pode ser comprovada. White (2004a, p. 31 e 32)
escreveu: “Fossem os algarismos
indícios de êxito, Satanás poderia reclamar a preeminência, pois, neste mundo,
os que o seguem constituem a grande maioria. A virtude, a inteligência e a
piedade do povo que compõe a nossa Igreja, não seu número, deveriam ser causas
de alegria e gratidão”.
V - Considerações
Finais
O
crescimento da Igreja pode ser encarado por diferentes perspectivas. De um
lado, os cristãos têm demonstrado ao longo dos séculos a preocupação de
expandir a sua fé através do mundo, atendendo ao imperativo de Cristo. Esse
crescimento teve aspectos apreciáveis, à medida que a fé cristã veio enriquecer
a vida de muitos povos, trazendo a indivíduos, famílias e sociedades dignidade,
esperança e maneiras mais construtivas de encarar a vida. O crescimento da
Igreja muitas vezes teve um efeito benéfico e civilizado, trazendo consigo
avanço cultural, educação, elevação do nível de vida e promoção humana em
diversas áreas. Por outro lado, como foi apontado, esse crescimento muitas
vezes está associado a atitudes questionadas pela própria ética cristã, como a
violência, a ganância, o espírito de superioridade e o desrespeito pela
integridade humana..
Uma
questão problemática é ilustrada pelos movimentos de “crescimento da Igreja”,
que se preocupam em atrair grandes números de pessoas, muitas vezes sem
importarem com os métodos usados, caindo na falácia dos resultados rápidos, do
uso de técnicas de marketing religioso, das estratégias pragmáticas, da
rendição às expectativas de uma sociedade embriagada com a prosperidade do
sucesso.
A preocupação da igreja deve
estar voltada não somente para a quantidade mas também para a qualidade de seus
membros. Não é acepção de pessoas. É evangelismo sério. Pessoas verdadeiramente
convertidas, e não apenas números estatísticos. O crescimento da igreja em
Jerusalém não foi exclusivamente numérico (At 1:15; 2:41; 4:4), acontecia o
crescimento qualitativo (At 2:42-47). A igreja não pode esconder dos pecadores
a necessidade de arrependimento (Mt 16:24), do carregar diário da cruz (Mt
10:38), da obrigação de ser o sal da terra (Mt 5:13) e luz do mundo (Mt
5:14-16).
- Pr. Érico T. Xavier é Doutor em Ministério pela Faculdade Teológica Sul Americana de Londrina - PR e professor no Seminário Adventista Latino Americano de Teologia (SALT-IAENE)
REFERÊNCIAS
Barret, David (1982). World Christian Encyclopedia (Vol. 4). New York : Oxford University
Press.
Barro,
Jorge Henrique (2002). De cidade em
cidade – elementos para uma teologia bíblica de missão urbana em Lucas-Atos. Londrina ,
PR, Brasil: Descoberta Editora.
Bíblia
Sagrada. (2 ed.) (1993). Revista e Atualizada no
Brasil.
Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil.
Curtis, A.; Henneth. Lang; J.
Stephen. Petersen, Randy (2003) Os 100 acontecimentos
mais importantes da história do cristianismo. São Paulo, SP: Editora Vida.
Deiros, Pablo A. (2005). Historia del cristianismo: los primeros 500 años. Buenos
Aires, Argentina: Ediciones del Centro.
Ekström,
Bertil (2001). História da Missão. A história do
movimento missionário cristão. Londrina,
PR:
Descoberta.
González, Justo L. (1997). Uma história ilustrada do cristianismo:
a era dos gigantes. São Paulo, SP: Edições Vida Nova.
González, Justo L. (1998). Uma história ilustrada do cristianismo:
a era dos mártires. São Paulo,
SP:
Edições Vida Nova.
McGavran, Donald A. (2001). Compreendendo o crescimento da igreja.
São Paulo, SP:
Editora Sepal.
Monteiro,
Rafael Luiz (2004). Discipulado:
caminho de renovação e crescimento para a igreja. Engenheiro Coelho, SP,
Brasil: Unaspress.
Nichols,
Robert Hastings. (1992). História da
igreja cristã. São Paulo, SP: Casa editora presbiteriana.
Padilla, C.René (2005). Missão
integral. Londrina, PR:
Descoberta Editora.
Patzer. Jere D. (2004). Rumo
ao futuro: como liderar a igreja no século 21. Tatuí, SP: Casa publicadora
Brasileira.
Paulsen, Jan (julho 2008) A
igreja em ação. Adventist
Word.
Tertuliano.
Sanguis martyrum, semen christianorum! ¡La sangre
de los mártires es semilla de nuevos cristianos! Recuperado
em 19/12/2007 da página http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/homilies/2001/documents/hf_jp-ii_hom_20010311_beatification_sp.html.
Miranda, Juan Carlos (1991).
Manual de crescimento da igreja. São Paulo, SP: Edições Vida
Nova.
White, Ellen G. (1969). Obreiros Evangélicos. Santo André, SP:
Casa Publicadora.
White, Ellen G. (1972). Caminho para Cristo. Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira.
White, Ellen G. (1978). Evangelismo. Santo André: Casa Publicadora Brasileira.
White, Ellen G. (1998). Parábolas de Jesus. Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira.
White, Ellen G. (2004). O desejado de todas as nações. Tatuí,
SP: Casa Publicadora Brasileira.
White, Ellen G. (2004a). Testemunhos para a igreja. V. 5, Tatuí,
SP: Casa Publicadora Brasileira.
[1] Esses foram os
primeiros passos para a disseminação da palavra de Deus, por meio de
testemunhos, com vistas ao fortalecimento da igreja cristã. Isso não significa
dizer que os discípulos chegaram a todos os cantos da terra.
[2] Ver relatos de
perseguições e martírio em Eusébio de Cesaréia, História eclesiástica: os primeiros quatro séculos da igreja
cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 1999 e também em Justo L. González.
Uma história ilustrada do Cristianismo.
Era dos Mártires (Vol. 1). São Paulo: Vida Nova, 1998.
[3] Deiros (2005, p. 81)
fala em torno de 10 mil pessoas mortas em decorrência dessas perseguições
ressaltando que “isto em um império que contava com uns cinqüenta milhões de
pessoas em seu apogeu”.
[4] Recuperado em
19/12/2007 da página http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/homilies/2001/documents/hf_jp-ii_hom_20010311_beatification_sp.html. Sanguis martyrum, semen christianorum! ¡La sangre
de los mártires es semilla de nuevos cristianos! (Tertuliano, Apol., 50,13: CCL 1,171).
[5] Sobre a conversão de
Constantino, ver Gonzáles (1997, pp. 15-46) e em Curtis et al., Os 100 acontecimentos
mais importantes da história do cristianismo (2003, pp. 35-38).
[6] Depois de uma hesitação inicial,
motivada por fatores conjunturais e teológicos, os protestantes também se
envolveram gradativamente com missões estrangeiras, tendo se tornado tão ativos
quanto os católicos.
[7] Caso particular foi
o da América Latina, em que o processo de conquista e colonização, abençoado
pela Igreja, deixou um rastro de destruição entre populações nativas. Somente
se levantaram algumas poucas vozes de protesto, como foi o caso dos dominicanos
Antonio de Montesinos, Francisco de Vitória, Antonio Valdivieso e especialmente
Bartolomé de lãs Casas (1484-1566).
[8] Expressão atribuída ao historiador
Kenneth Scott Latourette.
[9] Relata Ekström
(2001, p. 93) que a primeira tentativa de uma missão protestante na América
Latina “foi feita pelos huguenotes franceses [...] em 1555. Os franceses foram,
no entanto, expulsos em 1567 e nada sobrou de seu empreendimento
‘missionário’”. Novas tentativas ocorreram em 1624 e 1654, desta feita por
holandeses, mas que também resultou infrutífera. Há relatos de outras
tentativas entre 1698 e 1700, no Panamá, por reformados escoceses. Porém, foi
somente no início do século XIX que as primeiras igrejas protestantes
efetivamente chegaram ao continente, por força da vinda de imigrantes alemães,
ingleses, italianos e americanos, entre outros.
[10] Ver Manual do Crescimento da Igreja,
de Juan Carlos Miranda.
[11] Para mais detalhes, ver Missão
Integral, de René Padilha.
0 comentários:
Postar um comentário